domingo, 28 de agosto de 2011

Gurgel denuncia Jaqueline no STF

H

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, denunciou ontem no Supremo Tribunal Federal (STF) a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF). Gurgel acusa e pede a condenação da parlamentar pelo suposto envolvimento no esquema do mensalão do DEM, que chegou a levar à prisão o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda.

Em vídeo revelado em março, Jaqueline aparece recebendo um maço de dinheiro contendo R$ 50 mil das mãos do delator do esquema e ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal, Durval Barbosa. A gravação foi feita na campanha eleitoral de 2006 na sala de Barbosa.
Se a denúncia for aceita, Jaqueline passará à condição de ré e um processo criminal será aberto contra ela. A ação contra outros suspeitos de participação no caso deverá tramitar na Justiça de 1ª instância. Além das complicações com a Justiça, na próxima semana deverá ser votado na Câmara o pedido de cassação de mandato da deputada.

Em março, a pedido do procurador-geral, o ministro do STF Joaquim Barbosa abriu um inquérito no tribunal para investigar Jaqueline Roriz. Para o ministro, havia indícios de prática de crime. Agora, cinco meses após a abertura do inquérito, Gurgel resolveu denunciá-la por considerar que há provas de envolvimento dela com um delito.

Foto
“As imagens gravadas são contundentes e comprovam que Jaqueline Roriz concorreu para a consumação do delito de peculato praticado pelo então secretário de Estado Durval Barbosa, na medida em que foi beneficiária do desvio de bens e recursos públicos”, disse Gurgel na denúncia na qual consta uma foto da parlamentar recebendo o dinheiro. “Jaqueline Roriz foi beneficiada com dinheiro ilícito, arrecadado junto a prestadores de serviço do Distrito Federal, em troca do apoio político”, afirmou. 

O procurador sustenta que outras vantagens foram concedidas à parlamentar em troca de apoio político. Segundo ele, o marido de Jaqueline teria recebido aparelhos de comunicação Nextel pagos pelo Distrito Federal. “Mesmo após o repasse destes bens, as faturas dos serviços de telecomunicações continuaram a ser pagas pelo Distrito Federal, em flagrante prejuízo ao erário”, disse.

De acordo com Gurgel, o dinheiro usado no esquema vinha dos cofres públicos porque era obtido por meio de um sistema de “contratações públicas viciadas”. O procurador descreve que empresários repassavam parte do dinheiro público recebido a integrantes do esquema, que enriqueciam ilicitamente. (AE)

Nenhum comentário:


Fornecido Por Cotação do Euro