sábado, 27 de agosto de 2011

Cerca de 300 pessoas protestam no México contra ataque a cassino



Cerca de 300 pessoas que tinham sido convocadas pelo microblog Twitter fizeram uma manifestação nesta sexta-feira em frente à estátua do Ángel de la Independencia, na Cidade do México, para expressar apoio à cidade de Monterrey, onde um grupo armado incendiou um cassino, deixando pelo menos 52 mortos. A palavra "panelaço" circulou o dia todo na rede social, convocando os mexicanos a levarem panelas para fazer barulho contra a violência, em um ato que durou cerca de uma hora e meia.
Embora diversas ideias foram anunciadas por megafone durante a manifestação, uma se destacou como a principal: os mexicanos devem se organizar e sair às ruas para demonstrar que estão fartos de tanta barbárie. Nesta noite, quando o ativista Daniel Gershenson tomou a palavra para lembrar os 52 mortos no Casino Royale da capital do estado de Nuevo León, ele afirmou que era "um lugar onde muitas pessoas que estavam se divertindo viram uma realidade inconcebível".
Vários ativistas distribuiram cartazes nos quais se podia ler mensagens como: "Eu não pedi esta guerra", "E a guerra contra a impunidade, quando?" e "Já nos tiraram os sonhos, então despertemos". Após as panelas e gritos, vieram as propostas. O megafone se abriu a todos os cidadãos que quiseram mostrar sua indignação e suas opiniões. Algumas delas, apesar de idealistas, manifestavam a solidariedade dos mexicanos: tomar as dores das vítimas desconhecidas, honrar os locais onde se cometeram crimes e reunir-se em pequenos grupos para fazer ações concretas.
"Sou um mexicano a mais e me dói o que estamos vivendo neste país. (O presidente Felipe) Calderón conduz uma estratégia errônea e não sei quanto mais temos de aguentar", expôs um jovem. "Que os quase 50 mil mortos (pela violência nos últimos cinco anos) sirvam de algo, para mudar, tomara que isto seja o começo da mudança", declarou uma mulher.
Calderón foi várias vezes o alvo das críticas a ponto de muitos manifestantes gritarem pedindo sua renúncia. "Se ainda lhe resta uma gota de amor pelo México, deve renunciar", exigiu uma manifestante. Os aglomerados fizeram um minuto de silêncio pelas vítimas, antes de passar à leitura dos nomes dos mortos de Monterrey, seguidos do grito "não devia morrer".
EFE

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