sábado, 25 de junho de 2011

Em São Paulo, periferia tem mais homossexuais do que áreas ricas

O Estado de S.Paulo
SÃO PAULO - O Censo 2010 demonstra que há mais casais gays vivendo na periferia de São Paulo do que em áreas ricas da cidade. Entre os 30 primeiros distritos que aparecem no ranking do IBGE, há cinco considerados nobres (com 972 casais gays), ante 11 da periferia, onde vivem 1.220 casais - um número 20% maior.
JB Neto/AE
JB Neto/AE
Festa. Participante se diverte em parque durante o fim de semana da Parada Gay
O distrito da periferia paulistana onde há mais casais homossexuais é a Brasilândia, na zona norte. São 127. Logo depois aparecem a Cidade Ademar (122 casais), na zona sul, e a Cidade Tiradentes (116 casais), na zona leste. Já no Itaim-Bibi, por exemplo, vivem 114 casais, e em Moema, também na zona sul, vivem 87 cônjuges.
Em toda a cidade, 7.527 pessoas declararam morar com um cônjuge do mesmo sexo. Os distritos preferidos pelos casais gays ficam mesmo no centro, em uma área onde há espaços de convívio e tidos como de maior tolerância: República (551 casais) e os vizinhos Bela Vista (386 casais) e Consolação (324 casais) encabeçam a lista. Logo depois, aparecem Jardim Paulista (303 cônjuges declarados) e Santa Cecília (293 casais).
"Os dados demonstram que não existe em São Paulo o modelo de gueto: a população LGBT se espalha por todo o território urbano. Mostram também a diversidade de estilos de vida e de classe social dos quais fazem parte esses grupos", diz a antropóloga Isadora Lins França, do Núcleo de Estudos do Gênero Pagu, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "Das bordas para o centro, também há um movimento intenso de migrações internas. Mas muitos optam por ficar nos bairros onde sempre viveram, perto da família ou por não ter condições de mudar para o centro."

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