CHINA PROÍBE REPORTAGENS SOBRE CORRUPÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO PRÉVIA.
Jornalistas são acusados de publicar notíciais falsas e reportagens pagas.
Os jornalistas chineses estão proibidos de fazerem reportagens críticas,
principalmente denúncias de corrupção, sem autorização prévia. A nova
medida — implantada esta semana pela Administração Estatal de Imprensa,
Publicação, Rádio, Cinema e Televisão do governo chinês — também
restringe a área de atuação dos profissionais, que não podem mais cobrir
regiões em que eles não costumam atuar. As novas regras agravam ainda
mais a liberdade de imprensa na China.
O órgão estatal disse em um comunicado em seu site que as novas regras
foram decididas após uma série de casos envolvendo a má conduta por
parte de alguns jornalistas, incluindo a veiculação de notícias falsas e
reportagens pagas.
A partir de agora o profissional que praticar essas atividades
“ilícitas” poderão ser processados e correm o risco de perder a carteira
profissional. Se o jornalista for membro do Partido Comunista ele
deverá ser expulso.
As novas restrições à imprensa devem complicar o trabalho de jornais
como o Southern Weekend e Caixin que rotineiramente publicam reportagens
de investigação que expõem os males sociais e a corrupção na China.
Caixin, por exemplo, publicou uma série de artigos sobre os interesses
comerciais da família do ex-chefe de segurança Zhou Yongkang, no ano
passado.
— Esse tipo de informação pode ser mais difícil com as novas regras—
disse Ji Shuoming, um jornalista chinês que atua em Hong Kong. Ele
acrescentou que jornalistas investigativos agressivos terão dificuldades
em escrever artigos e não devem se aventurar fora de suas regiões.
— Agora eles têm essa restrição, se não gostar do que você escreveu eles
podem dizer que você violou as regras — opina Ji, que este ano escreveu
uma reportagem sobre os interesses comerciais de Li Xiaolin, a filha do
ex-primeiro-ministro Li Peng.
A China é um dos países mais fechados do mundo com pouquíssima liberdade
de imprensa. No ranking da organização não governamental Repórteres Sem
Fronteiras, o país está classificado em 173º lugar dos 179 países que
participam.
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