sábado, 21 de junho de 2014

CHINA PROÍBE REPORTAGENS SOBRE CORRUPÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO PRÉVIA.

CHINA PROÍBE REPORTAGENS SOBRE CORRUPÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO PRÉVIA.

Jornalistas são acusados de publicar notíciais falsas e reportagens pagas.
Os jornalistas chineses estão proibidos de fazerem reportagens críticas, principalmente denúncias de corrupção, sem autorização prévia. A nova medida — implantada esta semana pela Administração Estatal de Imprensa, Publicação, Rádio, Cinema e Televisão do governo chinês — também restringe a área de atuação dos profissionais, que não podem mais cobrir regiões em que eles não costumam atuar. As novas regras agravam ainda mais a liberdade de imprensa na China.
O órgão estatal disse em um comunicado em seu site que as novas regras foram decididas após uma série de casos envolvendo a má conduta por parte de alguns jornalistas, incluindo a veiculação de notícias falsas e reportagens pagas.
A partir de agora o profissional que praticar essas atividades “ilícitas” poderão ser processados e correm o risco de perder a carteira profissional. Se o jornalista for membro do Partido Comunista ele deverá ser expulso.
As novas restrições à imprensa devem complicar o trabalho de jornais como o Southern Weekend e Caixin que rotineiramente publicam reportagens de investigação que expõem os males sociais e a corrupção na China. Caixin, por exemplo, publicou uma série de artigos sobre os interesses comerciais da família do ex-chefe de segurança Zhou Yongkang, no ano passado.
— Esse tipo de informação pode ser mais difícil com as novas regras— disse Ji Shuoming, um jornalista chinês que atua em Hong Kong. Ele acrescentou que jornalistas investigativos agressivos terão dificuldades em escrever artigos e não devem se aventurar fora de suas regiões.
— Agora eles têm essa restrição, se não gostar do que você escreveu eles podem dizer que você violou as regras — opina Ji, que este ano escreveu uma reportagem sobre os interesses comerciais de Li Xiaolin, a filha do ex-primeiro-ministro Li Peng.
A China é um dos países mais fechados do mundo com pouquíssima liberdade de imprensa. No ranking da organização não governamental Repórteres Sem Fronteiras, o país está classificado em 173º lugar dos 179 países que participam.

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