PERIGO: Avião chegou a voar a 2 metros de altura da praia, diz Aeroclube da PB
Aeronave estava cerca de 298 m abaixo do permitido, diz especialista. Avião
veio do Tocantins e não possui vínculo com Aeroclube da Paraíba.
Na montagem, demonstração da medição feita pelo presidente do Aeroclube da Paraíba a partir de análise prévia das imagens do voo (Foto: Reprodução/TV Cabo Branco) |
O avião monomotor que foi flagrado
realizando voos rasantes na orla de João Pessoa no domingo
(12) chegou a sobrevoar a cerca de dois metros do mar pelo menos 298 metros
abaixo da altura mínima estipulada pela Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac). De acordo com o presidente do Aeroclube da Paraíba, Rogério Lubambo, a
constatação da altura da aeronave foi possível a partir de análise preliminar
das imagens feitas por banhistas que estavam na praia no momento das manobras.
A aeronave sobrevoou a orla
de João Pessoa e Cabedelo na manhã de domingo e
assustou quem aproveitava o dia de sol. O monomotor fez voos baixos junto à
praia, passando muito próximo dos banhistas que estavam nas praias de Camboinha,
Bessa, Manaíra, Tambaú e Cabo Branco. As pessoas ficaram assustadas e algumas
enviaram vídeos à TV Cabo Branco em que o avião aparece a poucos metros do mar.
De acordo com o gerente administrativo do Aeroclube da
Paraíba, Jedaías Nunes, as regras de aviação indicam que em áreas com
aglomeração de pessoas, o piloto mantenha a aeronave em uma altura mínima de
1.000 pés, que corresponde aproximadamente a 305 metros. Em casos onde não há
presença de pessoas, a altitude mínima cai pela metade. “Mesmo que ele puxasse
para o mar, o correto seria voar a pelo menos 500 pés [cerca de 150 metros]”,
ressaltou o gerente.
Inquérito
A Polícia Federal abriu um inquérito para determinar as irregularidades
cometidas pelo piloto da aeronave. Uma equipe da PF esteve na sede do Aeroclube
da Paraíba, no Jardim Aeroclube, em João Pessoa, na manhã desta segunda-feira
(13) para coletar mais informações sobre o caso. Segundo informações da PF, os vídeos e fotos
da aeronave feitos pelos banhistas serão usados na investigação.
O plano de voo do avião também vai ser solicitado à Anac.
Aeronave é de Tocatins
Jedaías Nunes informou também que o avião veio de
Tocantins até a Paraíba e usava o espaço do Aeroclube da Paraíba há pelo menos
três dias. O avião monomotor flagrado em manobras arriscadas em praias do
Litoral paraibano não possuí vínculo com o Aeroclube, segundo o gerente.
Jedaías explicou que o aeródromo, que corresponde à pista
e à área de manobra da escola de pilotagem, é um espaço público que pode ser
usado por qualquer aeronave compatível com o espaço. “Qualquer aeronave pode
usar a pista desde que esteja regularizada e pilotada por alguém devidamente
habilitado”, comenta. Ainda segundo Nunes, a aeronave que realizou os voos
rasantes decolou da pista do Aeroclube da Paraíba com autorização da Anac.
Em média 30 aviões usam o espaço mensalmente, sendo a
maioria deles vinculados ao Aeroclube da Paraíba. Durante o mês de janeiro há
um aumento de 30% no número de aeronaves no Aeroclube da Paraíba, conforme a
gerência administrativa da escola de pilotagem.
De acordo com a PF, uma série de denúncias sobre o voo
foi feita por telefone ao órgão. Com isso, descobriu-se que o piloto pousaria
no Aeroclube de João Pessoa. Policiais federais, junto com a Polícia Militar,
foram então até o local e o homem acabou detido logo após a aterrissagem. O
piloto foi ouvido na Superintendência da PF e liberado em seguida.
Entenda o caso
A estudante Anne Nunes foi uma das testemunhas do voo
baixo e conta que o piloto fazia manobras arriscadas, o que gerou um verdadeiro
pânico na praia. "Ele fez uma sucessão de quatro passagens por cima dos
banhistas. Na última, deu para notar que havia pessoas nas cadeiras traseiras
da aeronave, e o piloto aparentava ser bem novo", relatou.
Anne contou que estava brincando com os sobrinhos na Praia do Seixas, por volta das 14h de domingo, quando escutou o barulho da aeronave se aproximando. "As pessoas começaram a se levantar das cadeiras e apontar para o céu. Crianças eram puxadas pelos pais de dentro d'água. Vi o avião extremamente próximo da beira do mar, numa altitude muito baixa", lembrou.
Anne contou que estava brincando com os sobrinhos na Praia do Seixas, por volta das 14h de domingo, quando escutou o barulho da aeronave se aproximando. "As pessoas começaram a se levantar das cadeiras e apontar para o céu. Crianças eram puxadas pelos pais de dentro d'água. Vi o avião extremamente próximo da beira do mar, numa altitude muito baixa", lembrou.
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