quarta-feira, 2 de maio de 2012

Forças Armadas fazem megaoperação na Amazônia

Forças Armadas fazem megaoperação na Amazônia

Foto: Ag. Força Aérea/Sarg. Johnson
Caças A-29 Super Tucano serão usados na operação sobre a Amazônia
O governo brasileiro iniciou nesta quarta-feira uma megaoperação para combater narcotráfico, garimpos ilegais e desmatamento irregular na fronteira norte da Amazônia. O Exército chegou a enviar um representante a países vizinhos para esclarecer eventuais temores com a operação. A ação, denominada "Agata 4", levará 8.700 militares para a fronteira do Brasil com Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Serão usados ainda 11 navios, nove helicópteros e 27 aviões.
A região é considerada o ponto fraco da Amazônia, por ter 5.500 km de fronteira seca e poucas guarnições das Forças Armadas. A perspectiva de intensa movimentação de tropas próximo à fronteira causou apreensão nos países vizinhos.
Porém, segundo o general José Carlos De Nardi, chefe do Estado Maior Conjunto do Ministério da Defesa, a ação não é uma demonstração de força. Equipes diplomáticas visitaram os governos vizinhos para assegurar que a manobra não tem caráter hostil. "Eu fui à Venezuela, à Guiana e ao Suriname para explicar o sentido da operação (de combater a criminalidade do lado brasileiro da fronteira). Não é um problema de defesa da pátria", disse De Nardi.
Segundo ele, a ação ocorrerá apenas em solo brasileiro e visa fortalecer a presença do Estado em uma das regiões mais remotas do País. Contudo, apesar de oficialmente não ter objetivo geopolítico, a operação Agata também não é um mero exercício militar. "É uma operação real, os militares levarão munição real e podem ocorrer tiros reais", disse o general.
A realização da "Agata 4" foi uma determinação direta da presidenta Dilma Rousseff. Três ações semelhantes já foram realizadas no centro-oeste e no sul em 2011, e mais duas devem ocorrer ainda em 2012.
O objetivo da operação será destruir garimpos e pistas de pouso ilegais, além de "sufocar" o tráfico de maconha e cocaína que possui rotas de entrada no Brasil pelo norte da fronteira.
A estratégia do governo é represar o tráfico de drogas, madeira e metais preciosos durante 20 ou 30 dias e depois encerrar a operação. A tendência é que os criminosos preparem, então, grandes carregamentos logo após a retirada dos militares. Nesse período, a Polícia Federal, com ajuda da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), deflagrará a Operação Sentinela e fará incursões pontuais na região para fazer prisões e apreender cargas.


Fonte: BBC

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