Ex-dirigente da Fifa admite propina na escolha das sedes de duas copas
Chuck Blazer contou que ele e outros dirigentes receberam suborno que influenciou o apoio na escolha das sedes das copas de 1998 e de 2010.
Nicolás Leoz, o homem que comandou o futebol na América do Sul por 27 anos, é um dos que estão na lista da Interpol. Mas ele não está foragido. A Justiça paraguaia determinou que Nicolás fique preso enquanto corre o processo de extradição para os Estados Unidos, mas preso na própria casa por causa da idade. Nicolás tem 86 anos.
O alerta vermelho da Interpol tem outros cinco nomes suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção da Fifa. Jack Warner, de Trinidad e Tobago, foi vice-presidente da Fifa e presidente da Concacaf, a entidade que gerencia o futebol nas Américas Central, do Norte e Caribe. Por causa da investigação, ele chegou a ser preso na semana passada, mas pagou fiança, equivalente a R$ 1,2 milhão, e saiu.
A lista também tem três argentinos. A imprensa local diz que os três estão foragidos. Alejandro Burzaco, empresário de marketing e transmissões esportivas, é sócio de uma empresa na capital Buenos Aires. Hugo Jinkis e o filho dele, Mariano, também são empresários de marketing esportivo. A Interpol procura ainda José Lázaro Margulies, argentino naturalizado brasileiro, empresário de transmissões esportivas.
A agência de notícias Reuters disse que a escolha da Rússia, como sede da Copa de 2018, e do Qatar, para a Copa de 2022, está sendo investigada pelo FBI. A fonte é um oficial de Justiça americano. Até agora, o que se sabia é que a escolha dessas duas sedes estava sendo investigada pelas autoridades da Suíça. A Justiça lá não negou nem confirmou a informação da Reuters.
Mas o tribunal do Brooklyn, que concentra os processos contra a Fifa, divulgou nesta quarta-feira (3) o depoimento de um ex-dirigente da Fifa que fez acordo de delação premiada. Chuck Blazer contou que ele e outros dirigentes da entidade receberam suborno que influenciou o apoio deles na escolha das sedes das copas de 1998, na França, e de 2010, na África do Sul. Algumas partes do depoimento foram mantidas sob sigilo, mas num trecho que ilustra a falta de intimidade com o futebol , o juiz que fez as perguntas a Blazer admite que não sabe como se pronuncia a palavra "Fifa".
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