Dois bombeiros são condenados em julgamento do incêndio da boate Kiss
Outros seis réus foram absolvidos pela Justiça Militar do Rio Grande do Sul.
Tragédia em Santa Maria matou 242 pessoas.
O ex-comandante regional dos bombeiros Moisés da Silva Fuchs foi condenado por não ter punido um soldado que mantinha uma empresa que fazia obras de proteção contra incêndio, inclusive na boate Kiss. Esse tipo de serviço é proibido por lei para militares. A pena por este crime é de seis meses.
O ex-comandante, junto com o capitão Alex da Rocha Camilo, também foi condenado por falsificar um alvará para liberar o funcionamento da boate.
Os dois receberam penas de um ano de reclusão por esse crime, mas ficarão em liberdade e terão que se apresentar à Justiça a cada seis meses durante dois anos.
O ex-comandante foi absolvido de uma segunda acusação de falsidade ideológica e o tenente coronel da reserva Daniel da Silva Adriano também foi absolvido pelo mesmo crime.
A defesa do ex-comandante Moisés da Silva Fuchs e do capitão Alex da Rocha Camilo já recorreu da decisão. O Ministério Público também apelou. Os promotores querem reverter as absolvições e aumentar as penas dos oficiais. “Existem pelo menos um ou dois critérios para serem usados na aplicação da pena que têm que fazer com que essa pena aumente um pouco. Ela não vai ficar muito além de um ano, mas o que nós queremos é a justiça, inclusive no tocante à aplicação da pena”, diz o promotor Joel Dutra.
No início do dia, os promotores surpreenderam ao pedir a absolvição de cinco bombeiros. O Ministério Público afirmou que eles não podiam ser responsabilizados, já que as normas de vistoria não eram claras e davam margem a erros.
Alguns parentes de vítimas se revoltaram. Para muitos, a decisão da justiça militar foi mais branda que a esperada. “Muitas coisas que foram imputadas ao próprio comandante Moisés da Silva Fuchs foram praticamente aliviadas pelos coronéis. E a gente entende que a punição deveria ser bem mais exemplar, e isso não foi. A mesma forma é recorrente ao capitão Camilo”, diz Flávio Silva, pai de vítima.
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