sexta-feira, 26 de junho de 2015

Unidade é considerada a campeã no ranking dos assaltos

Banco do BrasilUnidade é considerada a campeã no ranking dos assaltos
ULIANÓPOLIS
Evandro Corrêa
Especial para O Liberal
Por conta dos sucessivos assaltos e pela localização geográfica deficitária, uma vez que as cidades mais próximas - Paragominas e Dom Eliseu - estão localizadas a mais de 60 km de distância, a agência do Banco do Brasil de Ulianópolis é hoje uma das mais visadas do Estado. É considerada a campeã no rancking de assaltos a banco.
No último deles, em maio deste ano, 12 homens armados tomaram de assalto a agência e levaram aproximadamente R$ 1 milhão. Os bandidos chegaram às proximidades da casa bancária e se dividiram em dois grupos - um rendeu os policiais militares que estavam no prédio do Destacamento da Polícia Militar, em frente ao banco, e outro rendeu funcionários e clientes que estavam na agência.
Os assaltantes chegaram ao banco em dois veículos. Segundo a Polícia, os bandidos aproveitaram o horário do almoço para render os poucos PMs que estavam no batalhão.
Depois de adentrarem na agência do Banco do Brasil, os assaltantes se apoderaram de cinco malotes com dinheiro que haviam chegado à agência no dia anterior.
Em seguida, eles fugiram em uma caminhonete vermelha, supostamente rumo ao município de Dom Eliseu.
FUGA
Na fuga, os assaltantes, além dos cinco malotes com dinheiro, levaram dois funcionários do banco como reféns, que foram liberados minutos depois numa estrada.
No ano passado, agência foi alvo de pelo menos cinco assaltos. No último, o banco ficou fechado ao público por dois meses.
Desta vez, aproximadamente 20 homens fortemente armados e encapuzados levaram todo o dinheiro que tinha na agência. Na ação, foram baleados um policial e duas pessoas que estavam dentro do banco. Na saída, os bandidos levaram como reféns o gerente da agência, Edélcio Corel Júnior, e os funcionários Alan, Bruno e Adílio. Os reféns foram libertados na BR-010 (Belém-Brasília), às proximidades do posto Madeireiro.
A caminhonete S-10, de propriedade do gerente do banco, foi abandonada na estrada e levada para a delegacia de Paragominas. Neste assalto, de forma acintosa, os assaltantes cercaram o quarteirão onde fica localizada a agência do Banco do Brasil. O bando, que utilizou aproximadamente quatro carros para o assalto, se dividiu em quatro grupos, se posicionando nas quatro esquinas da quadra que dá acesso à agência. Ao anunciar o assalto, os grupos se juntaram em frente à agência, sendo que uma parte adentrou ao prédio, enquanto os demais faziam disparos para dentro da delegacia.
CORRERIA
Na hora do assalto, havia aproximadamente 100 pessoas dentro da agência bancária. Quando começaram os disparos, as pessoas que passavam perto e que aguardavam do lado de fora do banco começaram a correr, o que ocasionou um tumulto generalizado. Ao adentrarem no banco, os bandidos utilizaram os clientes que estavam do lado de dentro para formar uma barreira humana em frente ao prédio.
Depois de renderem todos os funcionários e clientes da agência, os bandidos recolheram todo o dinheiro dos terminais eletrônicos localizados na ante-sala da agência e, em seguida, colocaram tudo em várias mochilas levadas por eles para guardar o dinheiro. Em seguida, obrigaram o gerente a abrir o cofre do banco.
Antes da abertura do cofre, os assaltantes dispararam tiros por todo o prédio, inclusive nas câmeras de circuito interno, que ficaram totalmente destruídas. Depois de roubar todo o dinheiro que havia no cofre, um grupo de bandidos saiu da agência carregando as mochilas, enquanto outro fez três funcionários reféns, deixando a agência bancária em uma S 10 preta, do gerente do banco.
Na saída do banco, uma parte dos assaltantes, que ficou em uma esquina próxima à agência, ateou fogo em uma caminhonete modelo S-10, cinza, placa HOU-4241, de São Luís (MA), usada por eles para chegar à cidade.
Nos assaltos ao Banco do Brasil de Ulianópolis, os bandidos usam sistematicamente armas de grosso calibre, como fuzis AR-5, calibre 12 e pistolas de 9 milímetros.
Em 2007, município ficou sitiado e rodovia foi bloqueada por bandidos
Em 2007, o município de Ulianópolis foi palco de um dos assaltos mais audaciosos da história. Desta vez, onze homens fortemente armados destruíram totalmente uma viatura policial, bloquearam a BR-010 e mantiveram a cidade sitiada por mais de três horas. Os bandidos chegaram encapuzados na porta do banco e metralharam a delegacia e o posto do destacamento da Polícia Militar, localizados em frente à agência.
Quando ouviu o primeiro disparo, o gerente do banco, Adélcio Júnior, fugiu por uma pequena janela que dá acesso à garagem da agência. Com isso, os assaltantes não tiveram acesso ao cofre, levando apenas o dinheiro que estava nos caixas. Testemunhas que estavam dentro da agência disseram que, ao constatarem que o gerente já não estava mais na agência, os assaltantes ficaram revoltados e passaram a fazer ameaças, dizendo que uma hora o 'pegariam'.
GERENTE
Na saída do banco, os bandidos roubaram uma caminhonete branca e levaram como refém o segurança do banco, que foi liberado logo em seguida. Antes do assalto, a quadrilha atravessou uma carreta na BR-010, às proximidades da cidade, para dificultar o acesso de reforço policial. Em conversa com os policiais de Ulianópolis, o segurança apresentou um cartucho de arma de grosso calibre, dizendo que os assaltantes mandaram que ele entregasse o projétil ao tenente Nélson, que comandava a guarnição de Ulianópolis, representando um alerta para o mesmo tomar cuidado.
Testemunhas também afirmaram que os bandidos disseram, no interior da agência, que estavam no local para vingar a morte de um assaltante. A Polícia acredita que os assaltantes estavam se referindo ao roubo ocorrido na agência dos Correios de Ulianópolis, em outubro de 2006, quando a Polícia encurralou os bandidos e matou a tiros o assaltante de banco Fábio Andrade Sobrinho, irmão do também assaltante Robson Andrade, foi preso pelos policiais de Ulianópolis juntamente com outro integrante do bando, Rubens Marleson Corrêa.
Investigações da Polícia detectaram que o assalto aos Correios da cidade foi articulado pela família Andrade, que reside no município de Jacundá. Depois de preso, Robson Andrade foi retirado da Delegacia de Ulianópolis sob um forte esquema de segurança, que envolveu três viaturas e 15 agentes da Polícia Federal. Robson é considerado um dos assaltantes de banco e carro forte mais procurados do Brasil.
Uma hora após o assalto, os assaltantes retornaram à área da agência do Banco do Brasil e passaram a trocar tiros com policiais militares. Em menor número, os bandidos bateram em retirada usando uma caminhonete preta. Os policiais só não conseguiram perseguir os assaltantes por causa da grande quantidade de curiosos que estava no meio da rua, atrapalhando a ação policial.
RETORNO
Com todo o alvoroço, a frente do Banco do Brasil da cidade se transformou numa praça de guerra, com policiais armados e bandidos disparando tiros para todos os lados. No centro da cidade, pessoas corriam para dentro de casas tentando se proteger. Em conversa com a reportagem, policiais disseram que os bandidos não haviam saído da cidade e estavam à procura do gerente do banco, para matá-lo. O gerente foi retirado sob forte esquema de segurança e não retornou mais a Ulianópolis.
Depois dos sucessivos assaltos, setores de segurança pública do Estado destacaram uma guarnição da Polícia Militar, vinculada diretamente ao comando-geral da corporação, para fazer a segurança na agência e acalmar o clima de insegurança em Ulianópolis. Recentemente, a agência passou mais de duas semanas com as portas fechadas porque a guarnição teve que retornar para Belém. (E. C.)
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