Luiz Edson Fachin toma posse como novo ministro do Supremo Tribunal Federal
O novo magistrado ocupará a cadeira deixada aberta, em agosto do ano passado, com a aposentadoria do ministro Joaquim Barbosa
Em uma cerimônia concorrida, o jurista e
advogado Luiz Edson Fachin tomou posse nesta terça-feira (16) como
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
O
novo magistrado ocupará a cadeira deixada aberta, em agosto do ano
passado, com a aposentadoria do ministro Joaquim Barbosa. Com a chegada
de Fachin, a Suprema Corte volta a ter 11 ministros.
Em uma solenidade rápida, que durou menos de 20 minutos, o novo ministro
jurou cumprir a Constituição.
"Prometo bem cumprir os deveres de ministro do Supremo Tribunal Federal,
em conformidade com a Constituição e as leis da República", disse.
O
novo magistrado da Suprema Corte usará nome de Edson Fachin no Supremo.
Os ministros, pela regra do tribunal, escolhem dois nomes para serem
chamados.
A solenidade começou por
volta das 16h com a abertura da sessão pelo presidente do STF, ministro
Ricardo Lewandowski. Após o hino nacional, executado pela Banda dos
Fuzileiros Navais, Fachin foi conduzido ao plenário pelo ministro mais
antigo, Celso de Mello, e o mais novo, Luís Roberto Barroso. Depois do
juramento, teve a posse assinada por Lewandowski.
Até a noite desta segunda, mais de 1.100 pessoas haviam confirmaram a
presença na posse, entre familiares, ex-colegas da advocacia e da
academia, autoridades e representantes de entidades de classe.
À
noite, Fachin também receberá convidados para um coquetel em sua
homenagem, tradicional após as posses no STF. Diferentemente de outras
vezes, porém, em que a comemoração foi bancada por entidades de classe
do meio jurídico, o coquetel para Fachin será bancado pelos mais de 800
convidados que pagaram R$ 100 cada um pelo convite.
Atuação
no STF
Fachin começa a trabalhar já nesta quarta, quando participa de sua
primeira sessão de julgamento no plenário. Só na semana que vem, começa a
julgar na Primeira Turma do STF, composta também pelos ministros Marco
Aurélio Mello, Luiz Fux, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso.
No
gabinete, Fachin deverá herdar mais de 1.400 processos deixados por
Ricardo Lewandowski depois que o ministro assumiu a presidência da
Corte, em setembro do ano passado.
Além desses, ele já poderá receber outros que chegam diariamente à Corte
e numa quantidade maior que os demais ministros, como forma de
compensar casos extras que eles receberam nos mais de dez meses em que a
vaga esteve vazia.
Em conversas
recentes, Fachin tem dito que se sente "muito animado" para a tarefa.
Além de advogado, Fachin já atuou em cortes arbitrais, fóruns privados
de decisão em geral voltados para decisões técnicas ou empresariais.
O
ministro costuma dizer que, para decidir, um julgador deve "consultar a
consciência que ele forma a partir da aplicação concreta da ordem
jurídica no fato". Diz que a consequência de sua decisão deve ser levada
em conta "em certa medida", mas não como "premissa".
Perfil
Advogado
de carreira, Fachin conquistou notoriedade no meio jurídico por novas
teses envolvendo direito civil e de família, áreas nas quais se
especializou.
Na área profissional, o escritório que fundou atua principalmente em
conflitos empresariais e envolvem sucessões, especialmente por
arbitragem e mediação, formas alternativas de solução em que se busca
evitar que a causa chegue ao Judiciário.
Também
se destaca por defesas no campo ambiental, agrário e imobiliário.
No âmbito acadêmico, Fachin inovou ao interpretar as regras que regulam
as relações privadas conforme os direitos básicos inscritos na
Constituição. No direito de família, defendeu o valor das relações
afetivas como critério para atribuir a paternidade, por exemplo.
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