Escritos de Bin Laden são publicados em um site americano

Os documentos foram recolhidos pelos integrantes do comando da Marinha e divulgados hoje pelo Centro de Combate ao Terrorismo do Exército dos EUA

O terrorista Osama bin Laden, líder da Al Qaeda (Divulgação/AFP)

Dezessete entre mais de 6.000 documentos escritos pelo terrorista Osama bin Laden foram liberados e disponibilizados on-line nesta quinta-feira pelo Centro de Combate ao Terrorismo do Exército, da Academia Militar americana. Na segunda-feira, o chefe de contraterrorismo da Casa Branca, John Brennan, já havia adiantado que parte dos últimos escritos do terrorista seriam publicanos na internet.
Os escritos foram recolhidos pelos integrantes do comando da Marinha no esconderijo de Bin Laden em Abbottabad, Paquistão, onde foi morto há um ano. Uma das grandes revelações do material é que Bin Laden trabalhou até sua morte para organizar mais um ataque massivo nos Estados Unidos, guiando membros das filiais da Al Qaeda sem usar o nome da rede para não atrair tantos inimigos.
Os documentos, entre eles correspondências do terrorista e um diário escrito à mão, foram achados em cinco computadores, dezenas de discos rígidos e mais de 100 dispositivos de armazenamento, como pen drives e CDs. As autoridades descreveram o material apreendido - que inclui arquivos digitais de áudio e vídeo, além dos documentos impressos - o mais amplo já obtido de Bin Laden.
"Os escritos pintam o quadro de um homem que foi um administrador inveterado, mas ao mesmo tempo alguém quase delirante em sua crença de que a organização (Al Qaeda), ao realizar um novo grande ataque, ainda poderia forçar uma mudança na política externa americana em relação ao mundo islâmico", diz o analista Peter Bergen. Alguns documentos permanecerão em segredo por razões de segurança e operacionais. Outros não serão divulgados por não terem valor substantivo.
No início da semana, Brennan afirmou que os Estados Unidos estão mais seguros com a morte de Bin Laden e de outros líderes importantes da rede após o ataque. Ele citou o próprio Bin Laden, que escreveu que o grupo não sobreviveria se seus experientes chefes fossem removidos mais rapidamente do que pudessem ser substituídos.