quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Nível do reservatório Paraibuna chega ao volume morto Redação SRZD

Nível do reservatório Paraibuna chega ao volume morto
Redação SRZD

O nível do reservatório de Paraibuna, no Rio Paraíba do Sul, pertencente à Companhia Energética de São Paulo (Cesp), atingiu o chamado volume morto na quarta-feira (21), às 7h. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (22) no Informativo Preliminar Diário da Operação, publicado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
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Foto: Antonio Leudo/ Prefeitura de Campos
O Paraibuna é o maior dos quatro reservatórios que abastecem o estado do Rio de Janeiro. Os outros são: Santa Branca, Jaguari e Funil. Todos armazenam água do Rio Paraíba do Sul.
Estão chegando ao reservatório de Paraibuna 9 metros cúbicos de água por segundo (m³/s), mas o sistema está permitindo a saída de 32m³/s. Segundo a assessoria, isso está sendo feito com vertimento, isto é, com descarga que não passa pelas turbinas, porque é preciso respeitar a vazão defluente mínima obrigatória do reservatório.
"Ele não está produzindo mais energia e está usando o volume morto para manter a descarga mínima obrigatória que tem". Em outras palavras, toda a defluência do reservatório está sendo feita com uso do volume morto.
Na avaliação do ONS, esse é um sinal de que os reservatórios estão se esvaziando. O reservatório de Santa Branca, pertencente à Light, por exemplo, apresenta nível de 0,65%, com entrada de 27m³/s de água e saída de 40m³/s; o de Funil¨(Furnas) tem nível de 4,15%, com 65m³/s de entrada e 137m³/s de saída; já no reservatório de Jaguari (Cesp), o nível alcança 2%, com 5m³/s entrando e 11m³/s saindo.
O ONS destacou, entretanto, que para a geração de energia do Sistema Interligado Nacional, a bacia do Paraíba do Sul representa menos de 1% da energia produzida. "Não é relevante em termos de energia. O fato de ela parar não é motivo de atenção maior, porque só contribui com 1% da geração hidráulica do sistema", observou a assessoria do órgão.
O coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel-UFRJ), Nivalde de Castro, reforçou que, para a geração elétrica, a bacia do Paraíba do Sul "não é problemática. Ela vai ser problemática para o abastecimento de água". Segundo ele, como não está chovendo, a tendência é que outras bacias comecem a ter o mesmo tipo de problema. "De maneira geral, a próxima medida agora é fazer procissão para São Pedro", disse ele.
Na avaliação de especialistas do setor, os reservatórios brasileiros "estão chegando ao fim da linha".

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