sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Internacional – Oscar Pistorius de herói de um povo a acusado de homicídio

Internacional – Oscar Pistorius de herói de um povo a acusado de homicídio

Reeva Steenkamp e Oscar Pistorius
Reeva Steenkamp e Oscar Pistorius

Oscar Pistorius é um herói sul-africano. Ou era, até agora. Conhecido como “Blade Runner” por ser o primeiro atleta com uma deficiência física a ter disputado uma edição dos Jogos Olímpicos, no ano passado em Londres, enfrenta agora a acusação do assassinato da namorada, na residência do casal em Pretória.
Uma lenda do atletismo mundial e exemplo para milhões de pessoas, Pistorius teria uma relação exemplar com a modelo Reeva Steenkamp, de 30 anos.
O atleta sul-africano tornou-se célebre na África do Sul e um pouco por todo o mundo por correr com duas próteses de fibra de carbono, chegando mesmo às semifinais da sua prova favorita, os 400 metros, nos Jogos Olímpicos de Londres. Semanas mais tarde, conquistou o ouro na mesma prova nos Jogos Paralímpicos. Quatro anos antes, em Pequim-2008, Pistorius conquistou três medalhas de ouro: nos 100, 200 e 400 metros.
Detentor de quatro medalhas de ouro e uma de bronze dos Jogos Paralímpicos, Londres representou uma etapa inédita de Oscar Leonard Carl Pistorius, 26 anos, natural de Sandton, Joanesburgo. Mas a estreia nos Jogos Olímpicos foi antecedida de anos e anos de discussão, sobre se as próteses em fibra de carbono representariam algum tipo de vantagem para o atleta.
Oscar Pistorius nasceu sem o perónio, ou fíbula, um osso que se localiza na face lateral da tíbia constituindo assim a face lateral da perna. Aos 11 meses, foi submetido a uma operação de amputação abaixo dos joelhos . Aprendeu a caminhar com próteses e sempre sonhou enfrentar atletas sem deficiência em competições. Optou pelo atletismo aos 16 anos, depois de ter sofrido uma lesão numa partida de râguebi.
Terá sido a mãe quem mais incentivou Oscar Pistorius a dedicar-se ao desporto para ultrapassar as suas limitações. O atleta citava frequentemente uma passagem de uma carta que a mãe lhe escreveu quando ele foi operado, e que ele leria anos mais tarde: «O verdadeiro perdedor nunca é aquele que corta a meta em último lugar. O verdadeiro derrotado é aquela pessoa que fica sentada a ver. Aquela que não tenta competir».
O preparador físico de Pistorius, Jeannie Brooks, explicou à AFP em agosto do ano passado que trabalhou com o atleta durante seis meses antes de perceber que ele tinha as duas pernas amputadas. Pistorius, recordou Brooks, tinha 16 anos quando se inscreveu com outros adolescentes num grupo de preparação física, mas não disse nada sobre a sua deficiência.
“Quando começou, estava no início do inverno e os rapazes vinham sempre de calças compridas. Tinha exatamente a mesma velocidade dos outros, nunca apresentou uma desculpa para evitar um exercício, dava tudo”, recordou. “Trabalhávamos arduamente para melhorar a explosão e uma vez, ao fazer um exercício, vi que não conseguia baixar-se tanto como os outros”, lembrou Brooks.
“Eu disse: ‘Ouve, tens de te baixar um pouco mais’ e ele respondeu: ‘Ouve, isto é o máximo que posso fazer’. Perguntei o motivo e ele disse: ‘Vou contar-te a minha história…”. Pistorius estava associado a várias causas, entre elas a Fundação Mineseeker que apoia feridos em minas. O seu sucesso internacional fez com que integrasse por duas vezes a lista das 100 pessoas mais influentes do mundo da revista Time. Agora, volta às manchetes, mas pelas piores razões.
Com informações de SportInforma c/ AFP

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