Ferrovia Norte-Sul vai chegar ao porto de Vila do Conde, no Pará
A Ferrovia Norte-Sul vai chegar ao Estado
do Pará. Mais 500 quilômetros de trilhos foram incluídos no projeto
original, no trecho entre Açailândia, no Maranhão, onde terminaria a
linha original, e o porto de Vila do Conde, em Barcarena, no nordeste
paraense. O secretário Especial de Desenvolvimento Econômico e Incentivo
à Produção, Sidney Rosa, afirmou nesta sexta-feira (15) que a obra vai
potencializar a economia no Pará, tornando Barcarena um polo ainda mais
estratégico para a economia da região.
O primeiro modelo da minuta do contrato de
concessão para a construção e operação da linha férrea foi concluído na
quinta-feira (14). O governo federal deve comprar antecipadamente todo o
potencial de carga das operadoras das ferrovias, a fim de eliminar
qualquer risco de prejuízo para as empresas que forem operar o sistema.
O modelo da minuta, que define as regras do
processo de concessão das ferrovias, é aguardado com ansiedade pela
iniciativa privada e pelos governos dos Estados beneficiados. Esse
modelo ainda pode ser mudado em audiência pública, que será realizada
neste ano. Mas isso não mudará a decisão de trazer a ferrovia até o
Pará.
“Nós estivemos, em agosto do ano passado, com a
presidente (Dilma Rousseff), participando do lançamento do Plano
Nacional de Ferrovias, em que este trecho foi incluído por demanda do
Estado do Pará. O projeto vem ao encontro das estratégias de
desenvolvimento que o Pará traça para seu futuro. Estamos muito felizes,
porque nos próximos dias sairá a minuta do edital de concessão para
quem pretende construir e explorar essa ferrovia”, afirmou o secretário.
LogísticaSegundo Sidney
Rosa, o Pará tem uma posição estratégica na economia da Amazônia, que
deve ser explorada de forma eficiente e sustentável, sem, no entanto,
deixar de receber os ganhos que devem beneficiar a população do Estado.
“É por isso que nós estamos buscando melhorar, de todas as formas, a
logística do Pará. Não só pela sua posição geográfica, mas por querermos
ter efetivamente melhores condições de portos, aeroportos, rodovias e
ferrovias. A ferrovia, que nós teremos no futuro próximo, vai alavancar
muito a economia dos municípios de Dom Eliseu, Ulianópolis, Paragominas e
Tomé-Açu, até chegar a Barcarena. E toda a economia do Pará será
beneficiada, pois vai se integrar, a partir desse projeto, à economia
nacional e internacional”, afirmou.
O secretário disse ainda que a ferrovia vai
passar próximo às áreas de projetos que estão em andamento, os quais
ganharão canais de escoamento da produção. “A ferrovia deverá passar ao
lado de um grandioso projeto de bauxita e alumina, da Votorantim, no
município de Rondon do Pará, bem ao lado de Dom Eliseu. Deve passar,
também, ao lado da Pagrisa, a única usina de produção de álcool e açúcar
no Pará, em Ulianópolis, e de outros projetos minerais, como a bauxita
de Paragominas, além da região produtora de óleo de palma em Tomé-Açu e
Concórdia do Pará. Enfim, a ferrovia vai dar um ganho de produtividade
aos nossos insumos e produtos”, garantiu Sidney Rosa.
Nesse momento, o papel fundamental do Estado,
frisou o secretário, é orientar o governo federal para as ações
estruturantes que realmente podem estimular a economia do Pará e de
outras regiões da Amazônia, priorizando o desenvolvimento sustentável e a
melhoria das condições de vida da população.
A concessão da ferrovia deve custar ao governo
federal cerca de R$ 4 bilhões, segundo José Eduardo Castello Branco,
ex-presidente da Valec, empresa estatal que deve promover os leilões de
concessão pública das linhas até o final do ano. Segundo ele, o custo
seria maior no início das concessões, já que depois a estatal vai
recuperar o investimento com a revenda às empresas interessadas em
transportar mercadorias ou passageiros.
O edital deve seguir o modelo das rodovias, no
qual o governo estabelece um valor máximo pela carga a ser transportada,
e vence quem apresentar a proposta com menor custo.
Texto: Andréa Amazonas – SEDIP
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