sábado, 16 de fevereiro de 2013

Ferrovia Norte-Sul vai chegar ao porto de Vila do Conde, no Pará

A Ferrovia Norte-Sul vai chegar ao Estado do Pará. Mais 500 quilômetros de trilhos foram incluídos no projeto original, no trecho entre Açailândia, no Maranhão, onde terminaria a linha original, e o porto de Vila do Conde, em Barcarena, no nordeste paraense. O secretário Especial de Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Produção, Sidney Rosa, afirmou nesta sexta-feira (15) que a obra vai potencializar a economia no Pará, tornando Barcarena um polo ainda mais estratégico para a economia da região.
O primeiro modelo da minuta do contrato de concessão para a construção e operação da linha férrea foi concluído na quinta-feira (14). O governo federal deve comprar antecipadamente todo o potencial de carga das operadoras das ferrovias, a fim de eliminar qualquer risco de prejuízo para as empresas que forem operar o sistema.
O modelo da minuta, que define as regras do processo de concessão das ferrovias, é aguardado com ansiedade pela iniciativa privada e pelos governos dos Estados beneficiados. Esse modelo ainda pode ser mudado em audiência pública, que será realizada neste ano. Mas isso não mudará a decisão de trazer a ferrovia até o Pará.
“Nós estivemos, em agosto do ano passado, com a presidente (Dilma Rousseff), participando do lançamento do Plano Nacional de Ferrovias, em que este trecho foi incluído por demanda do Estado do Pará. O projeto vem ao encontro das estratégias de desenvolvimento que o Pará traça para seu futuro. Estamos muito felizes, porque nos próximos dias sairá a minuta do edital de concessão para quem pretende construir e explorar essa ferrovia”, afirmou o secretário.
LogísticaSegundo Sidney Rosa, o Pará tem uma posição estratégica na economia da Amazônia, que deve ser explorada de forma eficiente e sustentável, sem, no entanto, deixar de receber os ganhos que devem beneficiar a população do Estado. “É por isso que nós estamos buscando melhorar, de todas as formas, a logística do Pará. Não só pela sua posição geográfica, mas por querermos ter efetivamente melhores condições de portos, aeroportos, rodovias e ferrovias. A ferrovia, que nós teremos no futuro próximo, vai alavancar muito a economia dos municípios de Dom Eliseu, Ulianópolis, Paragominas e Tomé-Açu, até chegar a Barcarena. E toda a economia do Pará será beneficiada, pois vai se integrar, a partir desse projeto, à economia nacional e internacional”, afirmou.   
O secretário disse ainda que a ferrovia vai passar próximo às áreas de projetos que estão em andamento, os quais ganharão canais de escoamento da produção. “A ferrovia deverá passar ao lado de um grandioso projeto de bauxita e alumina, da Votorantim, no município de Rondon do Pará, bem ao lado de Dom Eliseu. Deve passar, também, ao lado da Pagrisa, a única usina de produção de álcool e açúcar no Pará, em Ulianópolis, e de outros projetos minerais, como a bauxita de Paragominas, além da região produtora de óleo de palma em Tomé-Açu e Concórdia do Pará. Enfim, a ferrovia vai dar um ganho de produtividade aos nossos insumos e produtos”, garantiu Sidney Rosa.
Nesse momento, o papel fundamental do Estado, frisou o secretário, é orientar o governo federal para as ações estruturantes que realmente podem estimular a economia do Pará e de outras regiões da Amazônia, priorizando o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da população.
A concessão da ferrovia deve custar ao governo federal cerca de R$ 4 bilhões, segundo José Eduardo Castello Branco, ex-presidente da Valec, empresa estatal que deve promover os leilões de concessão pública das linhas até o final do ano. Segundo ele, o custo seria maior no início das concessões, já que depois a estatal vai recuperar o investimento com a revenda às empresas interessadas em transportar mercadorias ou passageiros.
O edital deve seguir o modelo das rodovias, no qual o governo estabelece um valor máximo pela carga a ser transportada, e vence quem apresentar a proposta com menor custo.
Texto: Andréa Amazonas – SEDIP

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