segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Número de motociclistas aumenta no país e acidentes de motos já chegam a 10 mil por ano



O aumento no número de acidentes de moto nos últimos anos preocupa as autoridades
Os acidentes de moto vêm aumentando a cada ano e estatísticas mostram que motociclistas morrem mais que vítimas de armas de fogo. Segundo dados do jornal AquiPE, no ano 2000 1.124 vítimas de armas de fogo foram atendidas no Hospital da Restauração no Recife. Acidentados de motos eram 344. Em apenas dez anos, outro cenário alarmante: 3.345 acidentados de motos contra 996 vítimas de morte por arma de fogo. Ou seja, em 2010, acidentes envolvendo motos causaram o internamento de mais de três mil pessoas no Hospital da Restauração.

No estado de São Paulo não é diferente. Os acidentes por motocicletas representa 19,5% das internações no Hospital das Clínicas, onde a maior parte dos acidentados são do sexo masculino, correspondendo a 89,3% das vítimas. Os atropelamentos ainda são a maior causa de entradas no HC na capital paulista com 20,5% das internações. Nos últimos anos, as motos se popularizaram, com o aumento no número de motociclistas e, consequentemente, de acidentes.

Este ano, foi implantado um comitê em Pernambuco na tentativa de reduzir os acidentes
Em Pernambuco, só em 2010 ocorreram 589 mortes de acidentes de moto. Isso representa 31% de todas as mortes por acidentes de trânsito no estado. Em vinte anos, a frota de motos cresceu 20 vezes aqui no estado. Os dados são de abril deste ano e mostra que a frota era de 674.002 veículos. Hoje as motos são sinônimo de mobilidade e praticidade, são utilizadas como fonte de renda por muitos motoboys ou, simplesmente, como hobby. Entretanto, os altos índices de mortes e internações de motoqueiros vêm causando preocupação e estimativas apontam que condutores desses veículos, em sua grande maioria, não utilizam equipamentos de proteção adequados, como joelheiras, cotoveleiras e equipamentos reflexivos.

Para isso, um comitê foi criado em Pernambuco em maio deste ano com o objetivo de criar estratégias para minimizar o problema. Intitulado de Comitê Estadual de Prevenção aos Acidentes de Moto, o projeto prevê, entre uma das medidas, a criação de uma norma pelo Detran-PE que obrigue os motociclistas profissionais, como motoboys e mototaxistas a usar equipamentos de proteção. Além disso, uma campanha educativa foi implementada em setembro deste ano para conscientizar os motoboys da importância da segurança no trânsito.

A falta de cuidado no trânsito por parte dos motociclistas tem gerado uma epidemia de acidentes nos últimos anos, tornando-se um problema de saúde pública. E o aumento na frota de motos confirma os dados preocupantes: crescimento de 18% no número de motocicletas no estado de Pernambuco até o primeiro semestre deste ano, juntando os dados com o mesmo período de 2010. Estima-se que entre 2012 e 2021, 143 mil pessoas vão morrer em acidentes com motos no país. A quantidade de vítimas que perdem a vida nesses acidentes, por ano em Pernambuco, já é maior do que a própria frota motociclística do estado, que detém 0,5% da frota de motos no Brasil, onde as estatísticas apontam um futuro com mais motos nas ruas do que automóveis. Frear os sucessivos acidentes e criar novas políticas públicas de mobilidade urbana é um desafio para os gestores públicos.

Fotos: pe360graus.globo.com e Priscilla Buhr/JC Imagem

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