domingo, 2 de outubro de 2011

Milhares de pessoas manifestam-se em Portugal contra política governamental


"A solução está na construção de uma dinâmica e de uma luta colectiva", disse Carvalho da Silva.


Da Redação

Lisboa - Milhares de pessoas manifestaram-se, sábado, 1 de outubro, em Lisboa e no Porto, as duas maiores cidades do país, contra a política governamental para fazer face à crise económica e financeira em que o país está mergulhado.

Em Lisboa, o secretário-geral da CGTP-Confederação Nacional dos Trabalhadores Portugueses, maior central sindical do país, criticou o governo de coligação do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, do PSD, e o presidente da República, Cavaco Silva, a quem acusou de enganarem os portugueses.

"Sabemos que a solução para os problemas não está em isolar cada português e cada portuguesa no seu sofrimento. A solução está na construção de uma dinâmica e de uma luta colectiva", disse Carvalho da Silva.

Carvalho da Silva criticou também as privatizações anunciadas pelo governo e defendidas pelo presidente da República sob o argumento de que vão permitir significativa injecção de dinheiro na economia.

"O senhor Presidente da República sabe que o processo de privatizações a saldo é um negócio para o grande capital estrangeiro e algum nacional e que não é nada para injectar dinheiro em Portugal", afirmou perante cerca de 130 mil pessoas.

O dirigente sindical condenou a "política desastrosa do Governo" de coligação PSD-CDS e, numa alusão ao Partido Socialista, disse que "nenhuma força política que se afirma de esquerda pode ter hesitações e admitir pactos ou entendimentos com políticas neoliberais ou neoconservadoras".

"Percebemos a situação política de onde vimos, mas queremos dizer com toda a clareza, sem arrogância, mas solidariamente e fazendo um desafio: o PS não pode continuar prisioneiro do programa de retrocesso e agressão que é o memorando da troika", afirmou Carvalho da Silva, numa referência às condições impostas a Portugal pela Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional para concessão de um empréstimo de 78 mil milhões (bilhões) de euros.

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