Cerca de 15 esportistas e cantores de pagode serão investigados por comprar carros importados, lavar dinheiro e enviar recurso para o exterior
Foto: Divulgação/Receita Federal
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Carro do jogador de futebol Kleberson, ex-seleção brasileira, foi apreendido pela Receita Federal
Entre as celebridades do esporte e da música popular está o ex-jogador do Flamengo e da Seleção brasileira Kleberson, atualmente no Atlético-PR, que teve um Jeep Hummer preto apreendido na operação. Comandada pelo contraventor Haylton Escafura e pelo israelense Yoram El Al, a quadrilha se especializou em lavar dinheiro e enviar recursos ilegalmente para o exterior.
Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo
Agentes foram até concessionária na Barra da Tijuca, suspeita de vender carros irregulares
Segundo as investigações, os carros eram vendidos pela quadrilha por valores até 30% abaixo dos preços de mercado aos jogadores e artistas. Para a PF, os atletas se beneficiaram disso sabendo da origem ilícita dos automóveis – no direito, a prática é conhecida como “teoria da cegueira deliberada”, ou seja, quando alguém prefere fingir não saber de algo que lhe beneficia.
Esportistas venderam e recompraram carros para não pagar imposto de renda
Além disso, em ao menos três casos, integrantes desses grupos fizeram operações fraudulentas de compra e venda, com a intenção de enganar a receita Federal e pagar menos impostos.
Para omitir os carros importados de suas declarações de imposto de renda de pessoa física, artistas e atletas venderam seus carros no fim de ano, para não estarem com posse deles no dia 31 de dezembro (data de referência do imposto de renda). Nos primeiros dias de janeiro, entretanto, eles recompravam os veículos da loja de carros pelo mesmo valor.
Os esportistas e músicos também são suspeitos de lavar dinheiro e enviar recursos para o exterior por meio do esquema montado por Yoram El Al e Haylton Escafura.
A Polícia Federal, o Ministério Público e a Justiça Federal vão analisar se houver casos em que os compradores de carros comprovarem ter adquirido os veículos de boa-fé, eles poderão mantê-los. Até então, porém, ficarão sem o bem. A Receita Federal já iniciou os processos de "perdimento" dos bens, frutos de contrabando.
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