Em protesto
deste a manhã desta terça-feira, aproximadamente 3 mil trabalhadores
rurais de 11 cidades próximas à futura usina hidrelétrica de Belo Monte
fizeram dois representantes do governo federal e dois deputados
estaduais como reféns no início da noite desta quarta-feira (31). Eles
cobram do governo federal celeridade em programas de regularização
fundiária e a desburocratização do acesso ao crédito na região.
Entre
os reféns está um representante da Casa Civil, Johannes Eck, o
coordenador do programa Luz para Todos, Aurélio Galvão, e dois deputados
estaduais: Airton Faleiro (PT) e Valdir Ganzer (PT). Todos estão
alojados na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(Incra) na cidade de Altamira, distante 1000 quilômetros de Belém.
Os agricultores afirmam
que somente vão liberar os reféns depois que conseguirem uma reunião com
o governo federal e quando tiverem garantias de que haverá avanço em
uma série de demandas. Eles exigem a presença do presidente do Incra,
Celso Lisboa de Lacerda, e do ministro do Desenvolvimento Agrário,
Afonso Florence.
No início da noite,
segundo integrantes do movimento, o ministro-chefe da Secretaria Geral,
Gilberto Carvalho conversou com os agricultores por telefone, mas eles
se negaram a libertar os reféns. Eles dizem que somente com a
confirmação de uma reunião é que os representantes do governo federal e
os dois deputados estaduais serão libertados.
A manifestação dos
agricultores começou na terça-feira pela manhã, quando eles interditaram
o entroncamento da BR-230 com a PA-415, no sentido Altamira para
Vitória do Xingu. A interdição da rodovia durou aproximadamente 30
horas. Nenhum funcionário conseguiu ter acesso ao canteiro de obras da
usina Hidrelétrica de Belo Monte, segundo os manifestantes. No local,
havia uma fila de aproximadamente 5 km de caminhões e automóveis que
esperam a liberação da estrada.
Além de programas de
regularização fundiária, os agricultores também reivindicam ampliação do
programa “Luz para Todos” na região, estradas, escolas e postos de
saúde. Até o momento, eles já tiveram a garantia do governo federal de
que o “Luiz para Todos” irá beneficiar pelo menos 20 mil famílias nos
próximos 18 meses. Hoje, conforme as lideranças do movimento, o “Luz
para Todos” atende a apenas 40% dos moradores da região.
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