Um ano e um mês antes das eleições, Alagoas
registra o seu primeiro crime de execução
político. Depois de anunciar em um programa
de rádio, de apresentação semanal, que era
candidato a prefeito na cidade de Anadia,
o vereador Luiz Ferreira de Souza (PPS) foi
morto com 12 tiros na tarde de sábado,
enquanto voltava para o município. Médico,
ele apresentava o programa na cidade de
Maribondo, sobre saúde, como fazia todos os sábados. Disse, no ar, que era
candidato em Anadia. Horas depois, foi morto.
A Polícia Militar não tem suspeitos, apenas o calibre da arma: uma pistola
9 mm. Luiz Ferreira era professor universitário e ex-diretor do maior hospital
público de Alagoas, o Hospital Geral do Estado.
O secretário de Pesca e Aquicultura do Estado - também presidente estadual
do PPS - Régis Cavalcante - tem certeza que o crime foi encomendado. Disse
não ter nomes ou suspeitos, mas conversou com o secretário de Defesa Social,
coronel Dário César, sobre o assassinato.
- A sociedade alagoana não pode mais admitir esse crime de mando político.
É ponto de honra para o partido, disse Cavalcante, confirmando que o
vereador era candidato a prefeito em Anadia.
- Este crime não pode ficar impune. Nosso vereador era médico, homem
pacato e não era envolvido em violência. Era sim o nosso candidato a
prefeito e isso não vai ficar impune, disse o integrante do partido.
Luiz Ferreira é o primeiro vereador a ser assassinado em Alagoas este ano. Em
2010, Genivaldo Barbosa da Silva foi morto a tiros no meio da rua na cidade
de Roteiro, área sul alagoana. O crime foi flagrado por câmeras de segurança.
Ele era acusado de matar o prefeito, Edvaldo Santos, em 2006. Por falta de
provas, ele foi liberado da prisão.
Em 28 de dezembro de 2008, horas antes de tomar posse, o vice-prefeito
da cidade de Satuba, Célio Gomes, foi morto a tiros na porta do
estabelecimento comercial dele. Investigações do Ministério Público
Estadual apontaram que o prefeito, Cícero Ferreira (PC do B), era o
mandante do crime. O Tribunal de Justiça despronunciou o prefeito da
acusação.
Em 1 de outubro de 2007, o vereador da cidade de Mata Grande, sertão do
Estado, Fernando Aldo, foi morto a tiros, após deixar o camarote de uma festa.
De acordo com a Polícia Civil, o autor intelectual foi o deputado estadual
Cícero Ferro (PMN) e a morte aconteceu, segundo as investigações, porque
o vereador estava invadindo redutos políticos do parlamentar, no interior.
Esta semana, o deputado - que responde por outro assassinato - ameaçou
"tirar os cabelos" da jornalista Niviane Rodrigues, da Gazeta de Alagoas.
Ele disse que os textos da profissional são "venenosos". O Sindicato dos
Jornalistas repudiou a ameaça.
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domingo, 25 de setembro de 2011
VEREADOR É ASSASSINADO APÓS ANUCIAR CANDIDATURA A PREFEITO EM ALAGOAS
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