TCM – Irmã de Jader Barbalho posterga julgamento
Uma
lambança digna do realismo fantástico da fictícia Sucupira, a
imaginária cidade através da qual o teatrólogo Dias Gomes reproduziu, em
tom histriônico, as mazelas do Brasil real.
Assim
pode ser resumida a manobra que abortou o julgamento, pelo TCM, o
Tribunal de Contas dos Municípios do Pará, das contas de 2009 do
prefeito de São João de Pirabas, Cláudio Barroso, do PMDB. Notabilizado
também pela truculência da qual se vale para calar a oposição, ele é
protagonista de uma desastrosa administração, pontuada por recorrentes
denúncias de corrupção e nepotismo. Mas tem o aval, via deputada
peemedebista Simone Morgado, 1ª secretária da Alepa, a Assembleia
Legislativa do Pará, do senador e ex-governador Jader Barbalho, o
morubixaba do PMDB no Pará. Na esteira de uma súbita e inexplicável
evolução patrimonial, Jader teve seu nome indelevelmente vinculado ao
estigma de ícone do enriquecimento ilícito.
Não por acaso coube a vice-presidente do TCM, Mara Lúcia Barbalho da Cruz (foto)
- introduzida no tribunal pelo nepotismo patrocinado pelo seu ilustre
irmão, Jader Barbalho -, assumir a presidência da sessão desta
terça-feira, 18, e abortar o julgamento das contas de Barroso. O álibi
para tanto foi a decisão de anular o ato que confere a função de
relatora do processo a Márcia Costa, auditora do tribunal. O serviço
sujo, protagonizado por Mara Lúcia Barbalho da Cruz, foi pavimentado
pelo conselheiro Cesar Colares, o ex-deputado tucano que é, hoje,
corregedor do TCM. Coube a ele, na ausência do conselheiro-presidente
Zeca Araújo, abrir a sessão, para posteriormente sair de cena,
retirando-se, após transferir a presidência dos trabalhos a Mara Lúcia
Barbalho da Cruz. Procuradora janelada do TCM, exibindo como principal qualificação ser irmã do morubixaba do PMDB no Pará, ela tornou-se conselheira do tribunal.
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