Três empresários, um deles vereador de Nova Viçosa, cidade vizinha a
Mucuri, também estão presos preventivamente, por envolvimento no
esquema. Todos os vereadores presos tiveram os cargos perdidos e a
convocação dos suplentes deverá ocorrer mês que vem. A Casa está de
recesso até 15 de fevereiro de 2012.
Os vereadores Justina Souza Cruz e Manoel Negino denunciaram o
esquema ao MPE, mas com as prisões de dois empresários no final de
semana e a apreensão de documentos ficou provado, para o MPE, que eles
também tiveram participação no caso. “Juntamos depoimentos e documentos
que levaram a essa conclusão”, disse o promotor Pablo de Almeida. A
vereadora Justina Souza Cruz disse, por telefone, que não ia comentar o
caso. Manoel Negino não foi localizado.
Outro que teve a prisão solicitada é o ex-vereador Agripino Botelho.
Ele renunciou ao cargo em 6 de outubro deste ano e, segundo o MPE,
participou da reunião que definiu como seria o pagamento da propina que
os parlamentares ganhariam com a aprovação do Projeto de Lei 011/2011,
de interesse de empresários.
O caso - O projeto tem por objetivo ampliar os
limites da área urbana do município. Os empresários Arlei Francisco
Vercov, Alam Gomes Santos e Wilson Campos dos Santos, vereador em Nova
Viçosa e preso na condição de sócio do Loteamento Caribe, procuraram os
vereadores para dar R$ 5 mil e mais um terreno no valor entre R$ 15 mil e
R$ 20 mil como propina.
Segundo o promotor Pablo Almeida, eles disseram em depoimento que
achavam normal pagar aos vereadores para aprovar o projeto. O interesse
dos empresários no projeto se deu porque o loteamento deles está na zona
rural do município e com a ampliação passaria a ser da zona urbana, o
que o valoriza mais.
O MPE constatou que, mesmo sem a aprovação do projeto, eles já tinham
vendido 151 lotes, como se já estivessem em área urbana. A reunião que
incrimina os vereadores e que foi filmada via celular pelo vereador
Manoel Negino, ocorreu em 31 de setembro deste ano. A gravação está em
posse do MPE.
Na reunião, ficou acertado de os empresários darem R$ 25 mil em
dinheiro a cada parlamentar, ou R$ 5 mil mais um terreno no valor de R$
20 mil. Cada um dos parlamentares já teria recebido R$ 10 mil, segundo o
MPE, pela aprovação do projeto, por unanimidade e em segunda votação,
no último dia 19.
Os vereadores já presos são o presidente da Casa, Carlos Gonçalves de
Souza, o Tavinho; Roberto Correia Bastos, conhecido como Nicó; Gisele
Aparecida Seguro Gazzinelli; Roberto Alves dos Santos; Márcio de Jesus
Machado; e Wilson Pereira Cabral. Este último, por ser tetraplégico e
necessitar de cuidados especiais, o que não encontraria numa carceragem
de delegacia, está preso em casa. Os advogados deles não foram
localizados.
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