Estatísticas comprovam o velho ditado popular: ""Santo de casa não faz milagres"
O exemplo da mudança no perfil da população do Pará, os prefeitos eleitos refletem a migração que o Estado vem enfrentando desde a década de 1970, fase do início dos grandes projetos minerais, energéticos e da povoação incentivada pelos governos militares, a partir da abertura da rodovia Transmazônica. Do total de 143 prefeitos eleitos no Pará, 55 são “estrangeiros”, ou seja, não nasceram no Estado.
Grande parte deles é Minas Gerais e de Goiás, os dois Estados que mais enviam migrantes para o Pará. Mas também foram eleitos paranaenses, gaúchos, catarinenses, capixabas, nordestinos do Maranhão, Piauí, Bahia, Pernambuco, Paraíba e Alagoas, além dos migrantes de outros Estados do Norte, como Amapá, Acre, Amazônia e Rondônia.
Esse novo perfil do Estado é uma mostra de como o Pará há muito tempo é um Estado de atração e de diversidade, que atualmente concentra além de vizinhos do Maranhão e Amapá, migrantes do extremo Sul do País até o extremo Norte, Centro-Oeste, Sudeste, enfim, de todas os Estados, concentrando uma mistura de culturas, constatada no resultado do voto.
A apuração da eleição municipal deste ano mostra que, em muitos municípios, a população teve que escolher seus prefeitos em listas que não apontavam nenhum paraense. Como foi o caso de Dom Eliseu, na Belém-Brasília (BR-222), próximo à divisa com o Maranhão. O prefeito eleito, Joaquim da Eldorado, é goiano e disputou o cargo com o baiano Silon da Disbel e com o catarinense Ayeso Gaston.
Em Medicilândia, na Transamazônica, o prefeito eleito Ivo Miller é gaúcho assim como sua adversária, LenirTrevisan, atual prefeita e o outro concorrente, o paranaense Valtair Deucher. Parauapebas, no sudeste paraense e uma das economias mais prósperas do Pará, reelegeu o gaúcho Darci José Lermen. Em uma lista de seis candidatos, apenas Marden Oliveira, do PSOL, nasceu no Pará.
Redenção, também no sudeste do Estado e pólo de atração regional também teve seis candidatos a prefeito, nenhum paraense. Wagner Fontes, eleito pela segunda vez, é goiano. No município de Santana do Araguaia, divisa com o Tocantins, todos os quatro candidatos a prefeito municipal são goianos. Gilgleider Altino Ribeiro, a “Alegria”, foi o vencedor. Em Uruará, Oeste do Estado, o mineiro Eraldo Pimenta foi eleito, disputando com outros três candidatos de fora do Estado.
As regiões sudeste e oeste, no trecho que concentra municípios que margeiam a Transamazônica, são as que mais abrigam migrantes. As regiões nordeste e os municípios que compõem o arquipélago do Marajó são os que mais elegem paraenses natos. A lista do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) mostra que, no sudeste, a maior concentração é de pessoas nas áreas de agropecuária e na Transamazônica voltadas para a agricultura.
O mapa demográfico do Pará da atualidade demonstra um Estado de diversidades, de uma população cada vez mais mesclada, mas nem por isso menos amazônica.
Fonte: O Liberal
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