Foto: Arquivo JA
Além de mais autonomia, bombeiros querem mais recursos investidos na corporação
Além de mais autonomia, bombeiros querem mais recursos investidos na corporação
Reunidos
na tarde de sábado, 23, em Porto Alegre, oficiais da Brigada Militar
reivindicaram maior autonomia e cobraram do governo gaúcho o cumprimento
de medidas que garantam um modelo "adequado à proteção da Sociedade Gaúcha em matéria de prevenção e controle de sinistros".
A corporação é citada no inquérito da Polícia Civil que apura as
responsabilidades pelo incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, que matou
241 pessoas.
Conforme as
investigações, 13 bombeiros seriam responsáveis direta ou indiretamente
pela tragédia – são citadas desde falhas na fiscalização de alvarás até
no socorro às vítimas. Quatro militares foram indiciados criminalmente e
outros nove podem ser investigados pela Justiça Militar.
Os oficiais criticaram
ainda a postura do governador gaúcho, Tarso Genro, em afastar do cargo o
comandante regional do Corpo de Bombeiros de Santa Maria,
tenente-coronel Moisés Fuchs. Ele foi afastado na última sexta-feira,
22, logo após a divulgação dos resultados do inquérito.
"O afastamento
de um coronel não pode ser feito pelo rádio. Ele deve ser feito pelo
Diário Oficial. Isso agride a moral dos oficiais da Brigada Militar", disse o presidente da ASOFBM (Associação dos Oficiais da Brigada Militar), tenente-coronel José Carlos Riccardi.
A associação elaborou
uma carta aberta à população, na qual explicita problemas políticos e
estruturais enfrentados pelos bombeiros e listam medidas que podem ser
tomadas para contornar tais dificuldades.
Segundo a associação,
em 2011, foram apontadas, por um Grupo de Trabalho instaurado pelo
gabinete do governador, dez propostas que deveriam ser implementadas
para atacar problemas estruturais. Destas, cinco ainda restam hoje sem
solução. Para enfrentá-las, a ASOFBM pede que, em caráter de urgência, sejam tomadas as seguintes medidas:
1. Criação do cargo de
Subcomandante-Geral do Corpo de Bombeiros, visando assegurar plena
autonomia de gestão para o Corpo de Bombeiros.
2. Vinculação da
Escola de Bombeiros ao Subcomando-Geral do Corpo de Bombeiros,
objetivando dinamizar a formação e interligar as demandas operacionais
com os programas de capacitação profissional.
3. Designação para
comando de Unidades de Bombeiros somente de Oficiais Especialistas em
Bombeiro, visando assegurar plena capacidade técnica na gestão
administrativo-operacional do Corpo de Bombeiros.
4. Distribuição
proporcional de recursos de capital e de custeio entre as unidades de
bombeiros, de policiamento ostensivo e especiais da Brigada Militar,
garantindo previsão legal para investimentos no Corpo de
Bombeiros.
5. Estabelecimento de
percentual mínimo do orçamento da Secretaria de Segurança Pública na
ordem de 10% (dez por cento) dos recursos de capital daquela Secretaria
com aplicação obrigatória no Corpo de Bombeiros, visando seu suprimento e
reequipamento.
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