segunda-feira, 16 de abril de 2012

Negociações com presos foram suspensas Situação no Complexo ainda é tensa e nenhum refém foi solto


Presos continuam com reféns (Fotos exclusivas: Janaína de Oliveira/Portal Infonet)
Por volta de 1h da madrugada desta segunda, 16, a comissão que está negociando com os presos responsáveis pela rebelião deixou o Complexo Penitenciário Advogado Antônio Jacinto Filho, no Bairro Santa Maria. Eles informaram que os detentos estão irredutíveis quanto a liberação dos três agentes penitenciários, que foram feitos de reféns, e que as conversas foram suspensas por algumas horas.

Comandaram as negociações o capitão Marco Carvalho, do Núcleo de Gerenciamento de Crises da Polícia Militar; o promotor de Justiça Luiz Claudio Almeida dos Santos, da 7ª vara criminal; o juiz da Vara de Execuções Hélio Mesquita; o secretário de Justiça Benedito Figueiredo e Luiz Eduardo Oliva, secretário dos Direitos Humanos. Desde o início da noite de domingo, esta comissão tenta acordo com os presos para conseguir a soltura dos agentes e familiares que estão dentro do presídio.


De acordo com Luiz Eduardo Oliva, os presos enumeraram doze solicitações e sete delas tem a possibilidade de serem acordadas. Para esta negociação, os detentos também solicitaram um advogado e tiveram a reivindicação atendida. Muitas das solicitações têm haver com melhores condições de vida no local e melhor tratamento à familia do detento em dias de visitas. "A conversa foi relativamente boa, mas houve dificuldades de eles cederam. Pelo menos está consentido da parte deles que a integridade física dos agentes será prevalecida até amanhã quando recomeçam as negociações" conta o secretário.


O promotor Luiz Claudio também comentou sobre as negociações e diz esperar bom senso dos detentos daqui pra frente. “O que nos tentamos fazer aqui é dar garantia aos presos de que o que foi acordado será comprido e também garantir a integridade física dos agentes reféns. Agora nós esperamos um gesto de boa vontade por parte dos presos, que eles soltem os reféns e os seus próprios familiares", diz o promotor.
Segundo José Romilson Meneses, advogado solicitado pelos presos, uma carta foi escrita pelos detentos e tal carta foi apresentada durante as negociações. No documento estão exigências, tais como, preservação de integridade física, melhores condições na área de visitas, maior extensão de tempo para visita íntima, permissão de entrada para cigarro, dentre outras coisas.

Segundo informações de Marco Carvalho, que está negociando diretamente com os detentos desde o início da rebelião, os familiares dos presos estão dentro do presídio por vontade própria. Ainda segundo o capitão houve um possível desentendimento entre os presos. "Alguns colocaram fogo em uma cela, com o intuto de chamar atenção, e pelo que soubemos tinham dois presos nesta cela, o corpo de bombeiros foi acionado e apagou o pequeno incêndio, mas outros não gostaram de ter o fogo apagado”, diz o capitão, que deixou escapar que a água foi suspensa no local.


Desde o início da noite a polícia cercou o local, familiares e a imprensa não podem adentrar no complexo penitenciário. Neste momento diversos presos estão em cima do telhado do presídio, alguns quebram coisas e se comunicam com familiares que permanecem no lado externo do complexo.
Por Raquel Almeida e Janaina de Oliveira
* A matéria foi atualizada para o acréscimo de mais informações.

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