Ulisses Pompeu – de Marabá
Cerca
de 500 servidores da Prefeitura de Marabá realizaram hoje,
quinta-feira, 19, um “Panelaço” em frente à Prefeitura de Marabá, em
protesto contra o atraso de três meses no pagamento do Vale Alimentação,
entre outros pontos de pauta. "Servidor insatisfeito e indignado tem de
se manifestar", diz o título de um panfleto que foi distribuído entre
boa parte dos mais de 10 mil servidores da Prefeitura de Marabá esta
semana.
Três entidades ligadas aos servidores públicos
municipais de Marabá lideram o protesto: Sindicato dos Servidores do
Município de Marabá (Servimmar), Sindicado dos Trabalhadores em Educação
Pública do Pará (Sintepp) e Sindicato dos Trabalhadores em Saúde
Pública do Estado do Pará (Sintesp).
De acordo com José Edmilson Oliveira de Almeida,
presidente do Servimmar, estão em pauta os atrasos no pagamento do vale
alimentação, vale transporte (VTCARD), reajuste salarial, data base para
discussão do reajuste do vale alimentação, vale transporte em dinheiro
para todos os servidores, ausência do gestor municipal nas reuniões da
Mesa Permanente de Negociação (tornando inviáveis as deliberações) e
condições de trabalho, entre outras.
Greve anunciada
O presidente do Sintepp, Wendel Lima Bezerra, disse
aos participantes da paralisação que os sindicatos decidiram realizar a
convocatória para evitar que a greve aconteça, uma vez que há uma mesa
para negociações. “Mas agora, companheiros, nossa sugestão é que
iniciemos uma greve geral no dia 1º de maio, até que este governo
garanta todos os itens da pauta de negociação”, disse, aplaudido pela
categoria.
“O prefeito Maurino Magalhães não tem cumprido o que
temos acertado na mesa de negociações. Ele faz parte da mesa, mas há
oito meses não participa e nem justifica sua ausência. Apenas a
assessoria avisa, cancelando a presença do gestor”, revela Bezerra.
Na plenária, além da pauta, os servidores municipais
colocaram em debate a questão do atraso do complemento salarial dos
motoristas da Secretaria Municipal de Obras. “A prefeitura está devendo
cinco meses da complementação salarial desses servidores. No mês passado
fizemos negociações, mas não foi cumprida a medida”, explica Wendel.
Reivindicações
Outra pauta discutida na paralisação é o plano de
carreiras e salários para os servidores da Administração. “Até hoje só
foi feito o da educação. O plano de carreira é para tirar essas
distorções que há nos salários”, lembra. Além disso, o abono dos
servidores de apoio da educação também entrará na pauta de discussões.
O presidente do Servimmar ressalta que o direito ao
vale alimentação é lei e foi aprovado na Câmara Municipal de Marabá. “O
sindicato entende que, se o vale alimentação é uma complementação
salarial, deveria sair junto com o salário. Ou seja, até o quinto dia
útil do mês. Mas o prefeito alegou que seria impossível pagar até esse
dia por várias razões e estendeu até o dia 15, mas estamos entrando já
para o terceiro mês de atraso e o que é pior sem nenhuma justificativa”,
desabafa ele.
Ainda segundo José Edmilson, sobre o vale transporte,
a lei diz que este deve ser repassado para os funcionários da
prefeitura até o dia primeiro de cada mês.
“Eles pagam dia 20 e até dia 22. Reivindicamos que
seja pago em dinheiro, igual como acontece com os servidores da
educação. A respeito do BrasilCard [vale alimentação] também estamos com
problema na liberação desse benefício”, diz o presidente do Servimmar.
No ato da manifestação, os servidores realizam um
panelaço. “Em função do atraso do Vale, estamos servindo churrasco para
compensar a falta de proteína em sua casa!”, diz Edmilson, em tom de
ironia.
Sem reunião O prefeito Maurino
Magalhães não estava em seu gabinete, nesta manhã, na Prefeitura de
Marabá. A reportagem falou com o chefe de Gabinete, Dacivan Ramos, o
qual disse que o gestor estava em uma inauguração de um prédio público
no núcleo Cidade Nova, e não sabia se ele receberá, ainda hoje, uma
comissão representando os sindicatos e os servidores.
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