quinta-feira, 19 de abril de 2012

Síria: O difícil caminho para a paz


 

Foto: EPA


Síria: O difícil caminho para a paz
O ministro das Relações Internacionais da Rússia, Serguei Lavrov, pediu aos países da OTAN que abandonem as suas visões pessimistas sobre o plano do enviado especial da
ONU e da LA, Kofi Annan, que tem como objetivo resolver a crise síria.
O ministro pediu o fortalecimento dos esforços de todas as partes interessadas na consolidação da paz no país.
Depois da reunião com os parceiros da OTAN, em Bruxelas, realizada no dia 19 de abril, Serguei Lavrov comentou a opinião de Moscou sobre os acontecimentos na Síria. O ministro rejeitou a tentativa de colocar toda a responsabilidade pela Síria nas costas da Rússia que, de acordo com os políticos ocidentais, deve convencer Bashar Al Asad a por um fim na violência. Lavrov disse que a paz na Síria depende também daqueles que têm influência na oposição - EUA, Turquia, França e vários outros países europeus e árabes.
Ao mesmo tempo, estes países, desde o começo, não acreditavam ou pareciam não acreditar no sucesso do plano de Kofi Annan. Eles tinham seus próprios objetivos na região, entre eles a mudança do regime atual. A opinião é comentada pelo perito do Instituto de Avaliação e Análise Estratégica, Serguei Demidenko:
"A situação na Síria é bastante especifica, pois ambos os lados estão dispostos a lutar até o fim. A Arábia Saudita e o Qatar se comprometeram a derrubar o regime sírio. O Ocidente dá a eles esta possibilidade. Asad está em uma questão de vida ou de morte, pois tudo depende da capacidade do presidente sírio de suprimir a oposição. A oposição entende que terá um futuro bastante óbvio, caso caia nas mãos dos serviços de inteligência do governo."
Em Moscou ressaltam que, depois que a ONU enviou seus observadores para a Síria, o número de incidentes armados, começados pelas guerrilhas da oposição, só aumentaram. Eles violam a trégua, que entrou em vigor no dia 12 de abril. Os membros da oposição atacam diariamente os pontos de controles e patrulhas militares, organizam
provocações fazendo se passar por manifestantes pacíficos. Foram notificados casos de assassinatos de civis e execuções de soldados. Houve até uma tentativa entrada no território sírio por parte de homens armados, vindos da Turquia, Líbano e Jordânia.
A situação fica ainda mais difícil quando ambas as partes não querem chegar a um compromisso, e não só Bashar Al Asad, como dizem os seus oponentes no mundo todo, diz
Vladimir Sotnikov, perito do Instituto do Oriente Médio.
"Bashar Al Asad têm um plano somente seu. A oposição também não quer chegar a um compromisso. De acordo com o plano de Annan, ambas as partes se comprometeram a
parar com a violência e cumprir todos os pontos do acordo. Agora há falta de vontade política. É preciso que se cumpra todas as obrigações tanto pelo governo, quanto pela oposição."
Além da situação difícil dentro da Síria, há ainda os problemas vindos de fora. Em Paris foi realizada a reunião dos Ministros das Relações Internacionais de vários países europeus e árabes, que fazem parte do grupo dos Amigos da Síria. Os peritos dizem que este grupo tenta realizar um jogo próprio, ligado à crise síria. Ao contrário do CS da ONU, que tem feito um trabalho concreto para resolução da crise, os Amigos da Síria agem exclusivamente a favor da oposição. Eles provem a política de sanções contra a Síria toda vez que se reúnem. A Rússia já se recusou em participar na reunião do grupo de amigos, alegando que suas ações prejudicam a consolidação das medidas tomadas pelo CS da ONU.

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