Por Ulisses Pompeu – correspondente em Marabá
Por duas vezes neste governo, a Câmara
Municipal se negou a abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)
para investigar exclusivamente os problemas graves da saúde do
município. Das cinco assinaturas necessárias para instalar a comissão,
apenas quatro vereadores colocaram o nome no documento. Como das outras
vezes, os demais reconhecem a situação crônica da saúde, mas acham que
uma CPI não vai resolver o problema.
A CPI foi proposta em Requerimento na
última semana pela vereadora Vanda Américo Gomes (PSD) e foi
imediatamente assinada pelos colegas Júlia Rosa (PDT), Edivaldo Santos
(PPS) e Antônia Carvalho (PT). Havia expectativa de que outros dois
vereadores, Gerson do Badeco (PHS) e Ronaldo Alves Araújo (PP)
assinassem o documento, mas mesmo depois de uma semana de prazo, nenhum
deles assinou a CPI da Saúde.
“Isso mostra que a maioria dos
vereadores está comprometida com este governo. Eles estão fechando os
olhos para o caos nos dois hospitais municipais, a crise no Samu, a
falta de medicamentos nos centros de saúde. É lamentável que a Câmara
esteja sendo omissa em seu papel de investigar”, desabafa Vanda.
O líder do governo na Câmara, vereador
Alécio Stringari, considera que a abertura da CPI é um ato político para
tentar desestabilizar o governo do prefeito Maurino Magalhães. Ele
reconhece a gravidade em vários setores da saúde, mas avalia que é
possível solucionar todos os problemas “sem um espetáculo midiático
através de uma CPI”.
Depois que o Requerimento da CPI foi
apresentado, vários interlocutores do governo do prefeito Maurino
Magalhães começaram a aparecer na Câmara para negociar com alguns
vereadores para que assinassem o documento, prometendo que o governo
sanaria os problemas existentes. Com isso, alguns dos vereadores, entre
eles Ismaelka Queiroz, resolveram procrastinar a decisão de assinar a
abertura da CPI da Saúde.
Em 2009, na primeira tentativa de
instalar uma CPI da Saúde, quando o vice-prefeito de Marabá e então
secretário de saúde, Nagilson Amoury foi preso pela Polícia Federal, sob
a acusação de participar de um esquema de fraudes em licitação para
medicamentos e produtos hospitalares, ainda assim a Câmara não abriu uma
CPI para investigar o caso.
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