sexta-feira, 29 de julho de 2011

Morre jovem atropelado por Land Rover

Estado de S.Paulo
Em coma desde a madrugada de sábado, quando foi atropelado pela nutricionista Gabriella Guerrero Pereira, de 28 anos, o administrador de empresas Vitor Gurman, de 24, morreu ontem no Hospital das Clínicas. Por volta das 19h45, a tia de Vitor, Ilana Azjemberg, foi à porta do instituto central do hospital, onde dezenas de amigos aguardavam notícias dele, para comunicar a morte.
Chorando muito, Ilana pediu a todos que não ficassem "para baixo". "Foi a melhor coisa que poderia ter acontecido nessa situação; ele não estaria inteiro com a gente (se sobrevivesse). Vamos rezar para que ele suba em paz."
Embriaguez. O atropelamento aconteceu por volta de 3h30 na Rua Natingui, Vila Madalena (zona oeste), quando Gabriella perdeu o controle do jipe Land Rover que dirigia, bateu em um muro, atingiu Vitor e tombou. Os soldados Cláudio e Silva, que atenderam a ocorrência por volta das 3h50, dizem que Gabriella parecia embriagada. E seu namorado, o engenheiro Roberto Lima, de 34 anos, proprietário do carro - que estava no banco do passageiro -, mais ainda.
Segundo laudo do IML, Gabriella estava alcoolizada na hora do acidente. "Ela só se submeteu ao exame quatro horas depois, tempo suficiente para não parecer mais embriagada - apenas alcoolizada", diz o tio do rapaz, o arquiteto Nilton Gurman.
Nilton conta que consultou no Detran o número do Renavan do Land Rover e descobriu registros de 26 multas entre fevereiro e maio. O advogado de Gabriella, José Luiz Oliveira Lima, diz que o carro é de Roberto, não dela, e várias pessoas o dirigem. A nutricionista desativou seu perfil no site Facebook e parou de atender o telefone - segundo o advogado, estava "muito abalada, rezando pela recuperação de Vitor". Ela não foi ao HC rezar com a família e amigos, diz Lima, "por uma questão de respeito ao momento".
O delegado Manuel Adamuz, do 14.º DP (Pinheiros), abriu inquérito para apurar crime de tentativa de homicídio doloso (intencional). Para ele, Gabriella assumiu o risco de provocar a morte. O advogado da nutricionista afirma que o delegado está "manifestamente equivocado". "Em nenhum momento Gabriella teve a intenção de matar", diz.
Brilhante. Vitor era definido pelos amigos como "um cara brilhante, carismático, que vivia a mil por hora". Há três meses, trocou de emprego - saiu de uma firma de consultoria para se tornar diretor financeiro em outra. Aproveitou o curto intervalo para fazer uma viagem à ilha de San Andres, no Caribe colombiano. Na noite de quarta-feira, cerca de 300 amigos do rapaz, que é de família judaica, acenderam velas na porta do HC, enquanto dois rabinos faziam preces - depois, o grupo seguiu para um centro de cabala nos Jardins.
Os soldados que o socorreram contam que a única coisa de Vitor por perto era seu celular destroçado. Eles colocaram o chip em outro aparelho, acharam a palavra "pai" na agenda e ligaram.

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