Carlos Mendes - O Estado de S.Paulo
O juiz Murilo Lemos Simão, da comarca de Marabá (PA), decretou na quinta-feira a prisão preventiva dos três acusados da morte do casal de ambientalistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo. No início da semana, entidades ligadas à luta pela terra no Pará haviam pedido o afastamento do juiz do processo. Representantes de movimentos sociais, como a Comissão Pastoral da Terra (CPT), alegaram que o juiz contribuiu para a fuga dos suspeitos, pois negou três pedidos de prisão preventiva solicitados durante a investigação.De acordo com o juiz, o decreto de prisão só foi feito agora porque "o delegado responsável pelo inquérito investigou melhor o caso, a fim de esclarecer as dúvidas iniciais que pairavam sobre a autoria do crime".
Os três acusados, o fazendeiro José Rodrigues Moreira, que seria o mandante do crime, o irmão dele, Lindojonson Silva Rocha, e Alberto Lopes do Nascimento, o Neguinho, tiveram suas fotos espalhadas por várias delegacias do interior do Pará e em Estados vizinhos.
O relatório do Ministério Público aponta que os executores do crime agiram mediante emboscada, sem possibilitar defesa às vítimas, ficaram escondidos na mata próximo de uma ponte, atiraram nas vítimas, e "retiraram a golpe de instrumento cortante a orelha de José Cláudio, agindo, assim, de forma cruel".
Segundo o Ministério Público, o motivo do crime seria a disputa por um lote de terra no assentamento Praialta Piranheira, em Nova Ipixuna, onde o casal morava.
Na semana passada, a polícia do Pará indiciou os três suspeitos por duplo homicídio triplamente qualificado pela morte do casal, ocorrida em maio. Eles estão foragidos e, se forem condenados, podem pegar, no mínimo, 30 anos de prisão cada um.
José Cláudio e Maria foram mortos no dia 24 de maio, numa estrada próxima ao assentamento.
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