sexta-feira, 1 de julho de 2011

Ibama fecha 12 madeireiras em Nova Ipixuna

O Estado de S.Paulo
Depois de aplicar reiteradas multas a madeireiras de Nova Ipixuna - cidade do sudeste do Pará onde os extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e sua mulher, Maria do Espírito Santo, foram mortos em maio - , o Ibama tomou ontem uma atitude drástica: determinou o fechamento definitivo de 12 empresas ao apreender todas as máquinas e desmontar suas instalações.
A operação de desmonte - planejada pelo Ibama desde o fim de maio, mas adiada por problemas de infraestrutura e de segurança - começou ontem e foi acompanhada por homens do Exército, da Força Nacional de Segurança Pública e da Polícia Federal, além da Polícia Ambiental do Pará e da Polícia Rodoviária Federal.
José Cláudio e a mulher haviam denunciado a participação de serrarias de Nova Ipixuna na retirada ilegal de madeira do assentamento extrativista Praialta-Piranheira, onde viviam. As denúncias levaram fiscais do Ibama a multar e embargar empresas da cidade.
Resposta. Após o assassinato do casal, a fiscalização foi intensificada. Agentes foram deslocados de outras áreas e se concentraram na região de Nova Ipixuna. "É preciso dar uma demonstração de que crimes como esses não ficarão sem resposta", disse ao Estado, na época, o coordenador da operação do Ibama, Marco Vidal.
Desde o fim de maio, os fiscais aplicaram R$ 3,3 milhões em multas e apreenderam 770 metros cúbicos de madeira em tora e 630 do produto serrado. Além disso, máquinas e caminhões foram recolhidos e colocados sob a guarda de órgãos públicos da região. Também foram destruídos fornos clandestinos para a produção de carvão.
Protesto. No início de junho, moradores de Nova Ipixuna bloquearam a estrada que passa pela cidade em protesto contra a fiscalização - as madeireiras são umas das poucas empregadoras na região, ao lado das fábricas de tijolos. Mas é uma atividade cujo combustível é o desmatamento das poucas áreas de vegetação nativa ainda preservadas no sudeste do Pará.
Entre 2006 e 2010, as empresas madeireiras de Nova Ipixuna foram alvo de nada menos que 122 autos de infração, que somaram R$ 5,1 milhões em multas por venda e depósito de madeira ilegal, falta de licença ambiental e até corte e comercialização de castanheiras, espécie protegida por lei.
As empresas desativadas ontem são: Madeireira Bom Futuro, MP Torres e Cia. Ltda., Madeireira Belmonte, Tedesco Madeira, Madeireira Eunápolis, Serraria Tico Tico, Sandra Coelho Santos Madeireira Ltda., Paulo Mendes Souza e Cia. Ltda., Manoel Acácio Carneiro ME, PH Laminados e Compensados Ltda., Gilmar Rodrigues Silva ME e NS Filofo.

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