Delcídio não deve fechar delação na Lava Jato, diz defesa do senador
Linhas gerais da defesa já foram concluídas e previsão é apresentá-la nos próximos dias
O criminalista Antonio Figueiredo Basto disse, nesta quarta-feira (20), que deve apresentar sua defesa nos próximos dias e que se baseará em argumentos técnicos para pedir a nulidade da prova que mantém o petista preso.
Delcídio foi preso no dia 25 de novembro, por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). O pedido de prisão se baseou em uma gravação feita por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró - que, em seguida, fechou colaboração com o Ministério Público.
Na conversa, um plano de fuga para a Espanha é proposto pelo senador, além de uma mesada de R$ 50 mil, em troca de Cerveró desistir de fechar a delação.
As linhas gerais da defesa já foram concluídas, segundo Figueiredo Basto, e a previsão é apresentá-la nos próximos dias.
O próprio Delcídio, diz o criminalista, não pretende fazer delação. "A minha opinião é que ele [senador] foi iludido, enganado por uma pessoa que ele confiava [Bernardo], que o atraiu para uma arapuca."
Entre os pontos que tornam nula a gravação, segundo Basto, estão o fato de ter sido feita por uma terceira pessoa, o filho de Cerveró, que não é parte do processo. Neste caso, a gravação precisaria de autorização judicial - e, por envolver um senador, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Como a Folha de S.Paulo publicou nesta quarta (20), a defesa do senador vai pedir a quebra do sigilo telefônico de Bernardo Cerveró. O objetivo é verificar se ele foi orientado a fazer a gravação por procuradores envolvidos na força-tarefa da Lava Jato ou por outras autoridades.
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