REVISTA “COMO VIVEM OS TRABALHADORES
APOSENTADOS DA EDUCAÇÃO?
Eles são aposentados, mas também são os responsáveis pela manutenção econômica de seus lares. Estudos demonstram que os proventos de aposentadoria são importantes na composição da renda de boa parte das famílias brasileiras. Contudo, ainda são pouco divulgados os impactos sociais e econômicos da presença de uma pessoa aposentada no cotidiano da família e da sociedade.
Texto publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em 2007, sobre domicílios com aposentados, mostrou que os proventos da aposentadoria aumentam a renda familiar e isso tem impacto sobre a probabilidade de os jovens frequentarem a escola.
E não é só isso. A renda dos aposentados também incrementa as economias municipais. A Secretaria de Políticas de Previdência Social, em levantamento feito em 2008, revelou que, em 3.449 municípios brasileiros, o pagamento de benefícios da Previdência Social superava os repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
A média dos benefícios pagos pelo INSS nessas localidades foi R$ 54,3 milhões contra R$ 9,7 milhões do FPM. São retratos da realidade brasileira que também tem os seus reflexos sobre os/as trabalhadores/as em educação. Mais de 80% dos aposentados da educação pública do país são mulheres. Elas formam um exército de guerreiras que sustentam suas famílias e fazem malabarismos econômicos para manter as contas da casa em dia.
Na pesquisa “Como vivem os/as Trabalhadores/as Aposentados/as da Educação”, mais de 40% das entrevistadas disseram ser as únicas responsáveis pelas despesas da casa. São mulheres com boa formação acadêmica. Mas o alto nível de escolaridade não se reflete na remuneração. A maioria possui renda de até R$ 1.750,00 e declara que seus rendimentos não atendem às suas necessidades.
Para suprir as despesas, a saída é apelar para a concessão de créditos bancários, em especial o empréstimo consignado. O comportamento das profissionais da educação aposentadas não difere das demais brasileiras, quando o assunto é a economia do lar. Elas também são maioria entre os aposentados e pensionistas do INSS e lideram as solicitações de empréstimos consignados, que são usados, em grande parte, para pagar dívidas.
O número de mulheres que comandam suas famílias, conforme o IBGE, cresceu 79% entre 96 e 2006, subindo de 10, 3 milhões para 18,5 milhões. Ou seja, quase 30% das famílias do Brasil têm a mulher como a principal responsável pela sua manutenção. Daí a importância de se efetivar políticas públicas específicas para as mulheres, a fim de criar uma rede de proteção social adequada à demanda das arrimos de família.
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