O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos apelou hoje para que as autoridades brasileiras façam uma "investigação imediata, imparcial e efetiva" das mortes no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no estado brasileiro do Maranhão.
Cerca de 60 reclusos foram mortos no complexo em 2013, muitos deles degolados. Na terça-feira, um vídeo divulgado pelo jornal "Folha de São Paulo" mostra presos comemorando a morte de outros, feridos de forma cruel, com cortes feitos por lâminas e queimaduras.Desde o fim da semana passada, a polícia aumentou o número de agentes no local, o que provocou uma reação dos reclusos, que teriam ordenado uma onda de ataques a autocarros e esquadras de polícia em São Luís, capital do Estado, segundo autoridades locais. Dezoito pessoas foram presas pelos crimes, e os líderes de grupos organizados de dentro do presídio serão transferidos para penitenciárias federais.
"Estamos incomodados por saber do relatório recente do Conselho Nacional de Justiça, que revela que 59 reclusos foram mortos em 2013 no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, assim como sobre as últimas imagens divulgadas da violência explícita entre os presos", informou o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, em nota divulgada hoje.
O Alto Comissariado também lamentou ter de levantar mais uma vez a sua preocupação com o estado das penitenciárias no Brasil, e incitou as autoridades locais a tomar ações "imediatas" para restaurar a ordem em Pedrinhas e em outras prisões pelo país, assim como para reduzir a superlotação e garantir condições dignas para os reclusos.
Diário Digital com Lusa
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