Em uma
inusitada apresentação na quadra da escola de samba Acadêmicos da
Rocinha, na segunda-feira (05/12), a TIM deu seu primeiro passo para
popularizar o uso do Wi-Fi no País. Esta também é uma das primeiras
ações da TIM Fiber, companhia que surgiu a partir da compra da AES
Atimus e já consegue abraçar com fibra óptica uma boa área da Rocinha
que, neste momento, passa por um processo de pacificação.
A ideia é que essa fibra, quando conectada às 25 antenas instaladas
até agora, ofereça uma internet sem fio de qualidade para os moradores
da comunidade – até 54 Mbps. A rede será semi-pública, como explica o
presidente da TIM Brasil, Luca Luciani. Dentro da rede principal, serão
criadas subredes para atender aos clientes da operadora e, também, o
público em geral. Este último, entretanto, não terá acesso total, mas
aos serviços públicos, como conteúdos relacionados à educação. A ambição
da operadora é chegar a dez mil hot spots espalhados pelo Brasil até
2012.
O lançamento da estratégia, além de um discurso na escola de samba da
comunidade, rendeu uma caminhada nas proximidades de uma das entradas
da Rocinha. Por lá, além da já conhecida desigualdade social, Luciani
chama a atenção para uma economia pujante e que representa o momento de
crescimento vivido pelo País, com a chamada nova classe C. “Há uma
evolução sócio-demográfica incrível. A classe C cresce muito e essa é a
nova Rocinha, que quer comprar, melhorar a casa, comprar telecom, carro.
Não gosto de falar em caridade, acreditamos num negócio que agiliza a
vida das pessoas. Estamos no quarto maior mercado do mundo e um dos mais
competitivos”, pontua Luciani. Neste momento de teste, o Wi-Fi deve
atingir cerca de 1,7 mil residências, a ampliação para outras áreas
acontecerá ainda no primeiro trimestre do ano que vem.
No comércio local, é fácil encontrar representantes da TIM e eles não
estão apenas em locais físicos. A companhia espalhou pela comunidade
promotores para venda de chips, algo parecido com o que é feito nas
estações de trem em São Paulo. “Cem gateiros já nos procuraram para
vender nossos produtos”, lembra Rogério Takayanagi, CEO da TIM Fiber.
A publicidade da operadora também marca forte presença por lá. Na
sede da associação de moradores, havia um grande painel da marca, tudo
isso para reforçar o trabalho que é feito nas comunidades e que tem
rendido bons negócios à TIM, que por muito tempo não conseguia crescer
no mercado carioca. Ao mudar o foco da estratégia e passar a trabalhar
com as comunidades, viu suas vendas saltarem e hoje já tem um maior
market share significativo. “A estratégia no Rio só virou por conta das
comunidades. Foram dez anos sem crescer”, reforça Takayanagi.
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