segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

"Luta para punir a Airbus vai continuar após sepultamento", diz pai de vítima

Nélson Marinho perdeu filho de 40 anos em acidente aéreo de 2009

Jornal do BrasilMaria Luisa de Melo
Marinho exibe foto do filho que morreu no Voo 447O sepultamento de seu filho Nélson Marinho Filho, um dos  228 passageiros que estavam no voo 447, quando o airbus teve problemas e desapareceu no Oceano Atlântico, está marcado para esta segunda-feira, à tarde. Sua luta, segundo o próprio pai, vai ganhar um novo horizonte depois de enterrar o corpo de seu filho.
"Um dos meus desejos depois de perder o meu filho neste acidente aéreo vai ser realizado hoje, que é seu sepultamento digno. Depois de quase dois anos de espera, consegui os restos mortais dele e a sensação é de alento", desabafou o presidente da Associação das Vítimas do Voo 447.
Marinho exibe foto do filho que morreu no Voo 447
Para ele, esta será a vez de dar início à segunda etapa da luta, que é a punição da empresa Airbus, fabricante da aeronave. De acordo com Nélson Marinho, outras seis aeronaves apresentaram o mesmo problema depois da tragédia do Voo 447, em 2009. Ele rechaça as informações apresentadas em relatório pelo Escritório de Investigação e Análise (BEA) de que o acidente poderia ter sido evitado pelo piloto e afirma que há inúmeros relatos de problemas mecânicos neste modelo de aeronave.
Marinho entregou um documento do Sindicato de Pilotos Franceses com inúmeras reclamações sobre defeitos neste modelo de aeronave à presidente Dilma Rousseff, ministro Celso Amorim, e então ministro da Defesa Nélson Jobim. Sem resultados, ele recorreu este ano ao presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Cesar Peluso, pedindo uma investigação paralela feita pelo Brasil sobre as responsabilidades do acidente.
"Precisamos de uma investigação paralela feita por brasileiros. Quando colocamos um órgão francês para investigar as causas de um acidente que envolve duas empresas francesas (a Airbus e a AirFrance), há interesses daquele país diretamente envolvidos", afirmou.
O mecânico de engrenagens Nelson Marinho Filho, que tinha 40 anos na época da tragédia, será enterrado nesta segunda-feira, às 16 horas, no Cemitério Jardim da Saudade, em Paciência, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Pelo menos outros dois brasileiros também já estão no país.

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