sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Duda Mendonça não cobra nada e chefia campanha por divisão do PA

Duda Mendonça (esquerda) posa ao lado de Orly Bezerra, publicitário da campanha pelo Não
Foto: Filipe Faraon/Especial para Terra
Filipe Faraon
Direto de Belém
Duda Mendonça (esquerda) posa ao lado de Orly Bezerra, publicitário da campanha pelo Não. Foto: Filipe Faraon/Especial para Terra
Um elemento vem chamando ainda mais a atenção da população para o plebiscito sobre a divisão do Pará: o marqueteiro Duda Mendonça. Famoso pelo êxito em campanhas de Paulo Maluf a Lula, o publicitário baiano esteve afastado dos holofotes desde que teve nome envolvido no escândalo do mensalão, em 2005. Em junho deste ano, ele atraiu mais uma vez os olhares da mídia nacional ao assumir, sem cobrar nada, o marketing da campanha em prol da criação dos Estados de Carajás e Tapajós.
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Bem antes de confirmado o plebiscito, Duda Mendonça já tinha bom relacionamento com figurões da política paraense. Especialmente do sul do Estado, onde tem fazendas e financia vaquejadas, de acordo com João Salame, deputado federal (PPS) que lidera a frente pela criação de Carajás.
Foi por meio de amigos feitos nas vaquejadas que Duda foi convidado para coordenar gratuitamente a publicidade da campanha do Sim, disse o deputado. Por ter aceitado, Duda recebeu da câmara municipal de Xinguara o título de cidadão xinguarense (da cidade de Xinguara, a 850 km de Belém, localizada onde pode vir a ser o novo Estado).
De acordo com João Salame, não houve receio em relação ao envolvimento do nome do marqueteiro no escândalo do mensalão. "Uma coisa é o trabalho dele, de consultoria e ideias, outra é a parte pessoal. Não tivemos nenhum receio porque o caso (mensalão) ainda está tramitando e há políticos de muitos partidos envolvidos (no esquema) nos dois lados da campanha do plebiscito", afirmou. O suposto esquema de corrupção não chegou a ser citado pelos partidários do Não durante debates e programas televisivos.
O resultado da presença de Duda Mendonça - desde o lançamento da campanha até o fim dos programas gratuitos, na última quarta-feira ¿ foi uma campanha com elementos parecidos aos utilizados nas eleições do ex-presidente Lula. Até o slogan "A esperança vence o medo" foi utilizado, de maneira adaptada. "Campanhas vitoriosas acabam tendo um 'recallzinho' para serem usadas depois. É normal, isso foi feito entre os tucanos do Pará recentemente", disse João Salame.
Durante a propaganda gratuita e os debates, Duda foi ironizado e criticado por pessoas do Não. Nesta semana, o deputado federal pelo PSDB, Zenaldo Coutinho, líder da frente contra a criação de Carajás, usou o Facebook para dizer que o marqueteiro havia abandonado a campanha. O boato se espalhou a ponto de motivar a publicação de matérias sobre o assunto nos jornais O Liberal e Diário de Pernambuco.
No entanto, Duda Mendonça nega que tenha havido fuga. A saída dele de Belém estaria planejada, como ele próprio disse ao Terra no sábado passado. Duda iria a Portugal e à Polônia, tratar de negócios. "A turma daí (de Belém) adora um boato. Larguei minha vida por 30 dias e deixei Augusto Fonseca, meu braço direito, e toda minha equipe e os últimos programas prontos. Se possível, volto para acompanhar a apuração dos votos. O resto é fofoca", disse, na última terça-feira

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