quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Novo prefeito assume com risco de perder o mandato

Campinas - Demétrio Vilagra (PT) tomou posse ontem como prefeito de Campinas em uma cerimônia na Câmara que durou aproximadamente uma hora. O plenário estava lotado de convidados e não foi permitido o acesso ao público.

Em seu discurso Demétrio Vilagra cumprimentou os presentes e garantiu que assume o cargo esperando contar com a colaboração de todos para a cidade sair da ilação provocada pela crise política, para que volte a crescer de forma ordenada e transparente.

O prefeito empossado se confundiu ao afirmar que fica à frente da prefeitura até 31 de dezembro de 2011, quando a previsão é ficar até 2012. Demétrio Vilagra lembrou que apesar de não ser campineiro - nasceu na zona rural, a 30 quilômetros de Corumbá (MT) - tem a vida ligada à cidade. "Há mais de 40 anos sou um cidadão de Campinas. Amo esta cidade. Vim para cá depois de servir o exército. Aqui iniciei uma carreira e criei meus filhos", disse.

Demétrio elencou o que chamou de planos de metas da gestão anterior, e citou obras como a construção da nova rodoviária; a abertura do túnel Joá Penteado, a construção do Hospital Ouro Verde e as naves-mães. "Esse plano precisa ser continuado, mas ainda há muito o que fazer, em especial no que se refere ao déficit habitacional e ao número de vagas nas creches", afirmou.

O novo prefeito citou rapidamente as denúncias feitas pelo Ministério Público, que resultaram na cassação do prefeito anterior. "Não compactuo com o erro. O que tiver de ser corrigido será, de forma ética e clara. Para tanto, convido a sociedade como um todo, em especial os senhores vereadores para que ajudem a governar a cidade de campinas", afirmou. "Como cidadão, político e petista apoio totalmente as investigações do Ministério Público", acrescentou.

Demétrio diz que vai ouvir todos os setores da sociedade e lembrou que sua participação na administração foi pequena. "Até o momento, minha participação na Administração foi a presidência da Ceasa, cargo que exerci com lisura. No mais, fui vice-prefeito, ou seja, um cargo de expectativa. Tenho conhecimento sobre o que acontece na cidade, mas esse conhecimento precisa ser aprofundado", explicou.

Ele disse que as ações prioritárias como prefeito deverão ser definidas depois de uma ampla consulta. "Quero reunir o secretariado; técnicos, partidos políticos, vereadores, empresários, conselhos municipais, entidades de classe. Quero conversar com todos os setores para definir as ações prioritárias a partir de agora. Queremos transformar crise em crescimento, força e transparência. Não podemos nos dar ao luxo da superficialidade".

O presidente da Câmara, Pedro Serafim, desejou sucesso a Demétrio. "Ao prefeito empossado, tenho apenas duas palavras: boa sorte", afirmou. "Torcemos para que Campinas volte a crescer", acrescentou.

Oposição reage

Após a posse do novo prefeito, o vereador Valdir Terrazan (PSDB) e o presidente do PSOL em Campinas, Paulo Búfalo, pediram por meio de protocolos o afastamento imediato e a cassação de Demétrio Vilagra.

A Câmara de Campinas deve votar na sessão de hoje os dois requerimentos protocolados pela oposição. A alegação é de que Vilagra também está envolvido nas mesmas denúncias do Ministério Público que resultaram na cassação de Hélio de Oliveira Santos (PDT). O novo prefeito é acusado pela promotoria por formação de quadrilha e corrupção em oito contratos públicos.

O vereador tucano disputou a autoria dos pedidos com o presidente do PSOL de Campinas, Paulo Bufalo, no entanto, de acordo com a Câmara, apenas os pedidos de Terrazan estarão na pauta da sessão de hoje, pois os requerimentos dele foram protocolados primeiro.

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