sábado, 20 de agosto de 2011

Israel mata 8 em Gaza e Hamas anuncia fim de trégua

Reuters, AP e Efe - O Estado de S.Paulo
Caças israelenses e foguetes palestinos voltaram ontem a cruzar os céus da região de fronteira entre Israel, Faixa de Gaza e Egito, em meio a temores de uma escalada da violência. Pelo menos dez palestinos - oito supostos militantes e duas crianças - morreram em bombardeios contra Gaza, enquanto mais de 20 projéteis disparados contra cidades israelenses deixaram cerca de 10 civis feridos.
O braço armado do Hamas, facção palestina que desde 2007 controla a Faixa de Gaza, anunciou em um comunicado que não respeitará mais a trégua com Israel, em vigor desde o fim da ofensiva militar israelense contra o território no início de 2009. O anúncio das Brigadas Ezzedine al-Qassam foi divulgado pela Rádio Hamas após os bombardeios israelenses.
Na quinta-feira, Israel sofreu seu mais violento ataque em três anos, depois de atiradores entrarem pela fronteira do Egito e abrirem fogo contra veículos civis. Houve ainda troca de tiros entre militantes e soldados através da fronteira e a aviação israelense, em retaliação, bombardeou Gaza. Ao todo, 9 palestinos, 8 israelenses e 3 egípcios morreram.
O Egito irritou-se com os incidentes e exigiu explicações do governo israelense (mais informações na pág. 18).
Israel disse ter matado ontem em Gaza 8 militantes do grupo radical palestino Comitês de Resistência Popular, acusado pelos atentados do dia anterior. O principal líder da facção, Samed Abdul Muty Abed, foi morto pela aviação israelense enquanto viajava de motocicleta, segundo testemunhas. Uma multidão foi ao funeral do militante.
Fontes médicas palestinas afirmam que uma criança de 2 anos e um jovem de 13 também estão entre as vítimas da ofensiva israelense de ontem.
O Exército israelense admitiu ter atacado três pontos no norte de Gaza que estariam sendo usados por militantes para disparar foguetes. Ainda segundo fontes palestinas, uma fábrica de cimento também foi alvo dos caças de Israel, além de instalações de forças de segurança do Hamas e locais onde seriam fabricados foguetes.
De acordo com a imprensa israelense, 30 projéteis do tipo Grad e Qassam foram disparados contra cidades do sul de Israel ao longo do dia de ontem. Um foguete deixou seis feridos em Ashkelon. Na cidade de Ashdod, a poucos quilômetros de Gaza, uma sinagoga e uma escola foram atingidas e duas pessoas ficaram feridas.
Na madrugada de quinta para sexta-feira, o escudo antimíssil Domo de Ferro, recentemente desenvolvido por Israel, conseguiu interceptar um projétil disparado de Gaza.
"Temos uma política de cobrar um preço muito alto de qualquer pessoa que nos atacar e essa política está sendo aplicada agora", afirmou o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu. Ele visitou ontem um hospital onde feridos estão internados.
A situação no sul de Israel e em Gaza estava relativamente calma desde a guerra de janeiro de 2009. À época, forças israelenses lançaram a chamada "Operação Chumbo Grosso", uma vasta ofensiva por terra, mar e ar, para tentar fazer com que o Hamas parasse de atirar foguetes. Desde então, embora os disparos tenham continuado de forma intermitente, o número de foguetes a atingir Israel diminuiu significativamente, assim como os ataques aéreos contra Gaza.
Há cerca de três meses, o Hamas ordenou a outros grupos radicais do território - isolado desde 2007 por Israel - que cessassem totalmente os disparos.
Novas informações. Forças de segurança de Israel revelaram ontem novos detalhes sobre a incursão dos atiradores. Embora não tenha sido capaz de prever os atentados, o serviço de inteligência israelense tinha algumas informações sobre a iminente operação. A região sul do país já estava em alerta máximo quando os militantes iniciaram os ataques, por volta das 12 horas, a menos de 20 km ao norte do balneário de Eilat.
Israel rapidamente acusou os Comitês de Resistência Popular pela ação. Até agora, porém, o grupo não assumiu a autoria dos ataques, embora tenha confirmado que disparou ontem foguetes contra cidades israelenses. O Hamas negou envolvimento nos ataques.

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