sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Eliminando a concorrencia: TJ manda investigar prefeita de Jandira por morte de antecessor

A Polícia Civil deverá instaurar um novo inquérito para apurar uma suposta participação da atual prefeira de Jandira (SP), Anabal Sabatine (PSDB), na morte do ex-prefeito Walderi Braz Paschoalin (PSDB) e tentativa de homicídio do motorista do então chefe do Executivo municipal, Wellington Martins dos Santos, em 10 de dezembro de 2010.
A determinação é assinada pelo desembargador Amado de Faria, do Tribunal de Justiça de São Paulo. O despacho foi remetido junto aos autos do processo nesta quinta-feira. "Requisite-se da autoridade policial competente, doutor delegado de Polícia Seccional, a instauração de novo inquérito policial, desta feita destinado a apurar a eventual participação da atual prefeita municipal de Jandira, Anabel Sabatine, no crime de homicídio, o qual teve como vítima o então Alcaide daquela Cidade, Walderi Braz Paschoalin, e tentativa de homicídio contra Wellington Martins dos Santos. Os elementos indiciários ensejam a instauração do procedimento apuratório em face da prefeita municipal de Jandira", discorre o relator.
Sabatine é médica e, assim que assumiu a prefeitura de Jandira, passou a ser escoltada por dois seguranças e transportada em carro blindado.
MP denuncia secretários por morte de prefeito
Em 29 de junho, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo divulgou a prisão do ex-candidato a vereador Anderson Luiz Elias Muniz, conhecido como Ganso, um dos seis denunciados pela morte de Paschoalin. Além dele, o Ministério Público (MP) de São Paulo denunciou, como mandantes do crime, o ex-secretário de governo Sergio Paraizo e o ex-secretário de Habitação Wanderley Lemes de Aquino.
Segundo a acusação, havia vários esquemas de corrupção na prefeitura de Jandira envolvendo desvios de dinheiro público, licitações fraudulentas, superfaturamento e nomeação de funcionários fantasmas. Os denunciados teriam tramado o assassinato do prefeito para assumir o controle das supostas atividades criminosas. Para o promotor Neudival Mascarenhas Filho, do Núcleo São Paulo do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o prefeito foi morto porque havia demitido Paraizo e estava se desentendendo com Aquino, que também pretendia demitir, conforme a investigação.
Como executores do crime, foram acusados Adilson Alves de Souza, o Alemão ou Dilsinho; Lázaro Teodoro Faustino, o Lazinho; Lauro de Souza, o Negão; e o ex-policial militar Robson da Silva Lobo. Os quatro teriam sido contratados por Aquino, Paraizo e Muniz. Todos foram denunciados por homicídio triplamente qualificado e por tentativa de homicídio.
O crime
De acordo com o Ministério Público, as investigações apontaram que o carro onde estavam o prefeito e o motorista foi interceptado por um veículo Polo ao chegar à emissora de rádio. Adilson Alves e Lázaro Faustino teriam descido do Polo e efetuado vários disparos contra o prefeito e o motorista. Ainda segundo a denúncia, seguidos por Lauro de Souza, os dois fugiram até uma estrada onde entregaram as armas a um homem em um veiculo prata. Pouco depois, a polícia encontrou na via o carro e prendeu Adilson e Lázaro nas proximidades.
O ex-policial militar teria sido encarregado de arrumar as armas para o crime e, segundo o documento, foi flagrado na véspera do assassinato recebendo grande quantia em dinheiro. Na mesma noite, conforme o MP, ele se encontrou com Adilson.

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