domingo, 17 de julho de 2011

A reforma esperada

Camila Molina - O Estado de S.Paulo
O Centro Cultural São Paulo pretende comemorar 30 anos em 2012 com a saúde restabelecida - ainda que mantenha média mensal de 300 eventos, entre peças, sessões de cinema e shows, o espaço necessita de uma revitalização urgente de seus espaços. "O centro tornou-se o ponto de encontro do jovem na cidade, que se sente bem lá, longe do olhar vigilante do pai ou do professor", observa Carlos Augusto Calil, secretário municipal de Cultura e ex-diretor do CCSP. "Mesmo assim, a instituição foi abandonada pelo poder público."
A anunciada reforma tornou-se uma das prioridades da secretaria. Afinal, com sua arquitetura de concreto e vidro, que privilegia espaços abertos tanto em seu interior como nos acessos para a Rua Vergueiro, o lugar é pulsante, atraindo cerca de 800 mil pessoas que passam pelas suas catracas anualmente, além do público eventual. No ano passado, a secretaria já falava da necessidade de realizar uma reformulação do local, mas a obra atrasou por causa da falta de parceiros financeiros e entraves na burocracia interna.
As mudanças buscam trazer mais conforto aos frequentadores. Um exemplo: Ricardo Resende, diretor do CCSP, conta que espetáculos de teatro e apresentações de música não podem ocorrer simultaneamente porque o som "vaza" de um espaço para o outro. "Temos um problema crônico, que é estar em cima da linha do metrô, com interferência dos trens", afirma. "Como o espaço foi planejado, inicialmente, para ser uma grande biblioteca, as salas foram pensadas como auditórios e, por isso, não necessitariam de um trabalho de acústica. Assim, de certo modo, elas funcionaram de forma precária nesses 30 anos."
Orçada entre R$ 15 e 20 milhões, a reforma está programada para começar em outubro (e se estender até agosto de 2012) tanto nas salas de espetáculos - incluindo a criação de mais um espaço para as artes cênicas, com 200 lugares - como no teto. Há também um plano de aquisição de 400 cadeiras para a biblioteca.
O projeto de obras prevê ainda a construção no subsolo de uma reserva técnica com 1.500 m², para abrigar os acervos guardados na instituição, cerca de 2 milhões de objetos. Um material valioso, como a Missão de Pesquisas Folclóricas idealizada em 1938 por Mário de Andrade pelas regiões Norte e Nordeste do País; e ainda a Discoteca Oneyda Alvarenga, homenagem à musicóloga e folclorista. Documentos raros que, depois da reforma, serão deslocados em parte para outros espaços da Prefeitura.

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