sábado, 16 de julho de 2011

Morre aquele que derrubou amargo tabu em 1968

- O Estado de S.Paulo
Paulo Borges 1944-2011
Em fevereiro de 1968, Paulo Borges ostentava o rótulo de melhor ponta-direita do País. Ao sair de bicicleta de um treino do Bangu, clube pelo qual ganhara o título carioca de 1966, o "Gazela" ou "Risadinha" tomou um susto ao ser fechado pelo Mercury Cougar do presidente do clube, o bicheiro Castor de Andrade.
"Paulo se prepara que você vai jogar no Corinthians." Paulo Borges tomou um susto ainda maior quando o dirigente lhe deu em dinheiro os 12 mil cruzeiros, equivalentes aos três meses de salário adiantado que ia receber no Parque São Jorge. "Quando mostrei o dinheiro em casa me perguntaram se eu tinha roubado um banco e ia fugir para São Paulo", gargalhou.
Era a maior negociação envolvendo um jogador na história do futebol brasileiro - um milhão de cruzeiros. Enlouquecida com os 11 anos de tabu sem vitória sobre o Santos de Pelé, a diretoria corintiana fazia de tudo para armar um time capaz de superar o rival da Vila Belmiro.
Pois em 6 de março de 1968 todo o esforço valeu a pena. Em seu terceiro jogo com a camisa corintiana, Paulo Borges acertou uma bomba, de pé esquerdo, da intermediária, no ângulo direito de Cláudio para delírio de um Pacaembu lotado em plena Quarta-Feira de Cinzas.
Flávio, aos 31, daria números finais ao histórico jogo, cuja vitória foi festejada como um título pelos corintianos, que gritavam alucinados: "Com Pelé, com Edu, quebramos o tabu."
Paulo Borges comemorou muito seu gol, sempre com o sorriso no rosto. Ele morreu ontem, aos 66 anos. Seu corpo será enterrado hoje, às 8h30, no Cemitério da Saudade, em Americana, interior de São Paulo. Um dia triste para todos os corintianos.

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