quinta-feira, 14 de julho de 2011

Caso Juan: Laudo da Polícia Civil conclui que apenas um PM atirou

O laudo de confronto balístico do ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli), da Polícia Civil, concluiu que todas as cápsulas encontradas no beco onde o menino Juan Moraes, de 11 anos, caiu baleado foram disparadas pelo fuzil usado por um cabo, então lotado no Batalhão de Mesquita (20º BPM), na Baixada Fluminense. O mesmo policial está ainda envolvido em 13 autos de resistência (mortes de civis durante supostos confrontos com a polícia).
A criança desapareceu no dia 20 após um tiroteio na comunidade Danon, em Nova Iguaçu, também na baixada. Nesta semana, a Justiça autorizou a quebra de sigilo dos dados de mais duas linhas telefônica de policiais militares suspeitos de envolvimento.
Assista ao vídeo:
As investigações para apurar quem matou o menino Juan estão colocando em lados opostos as polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro. As duas instituições defendem versões diferentes para o mesmo crime.

Em depoimento, os policiais militares, investigados pela morte de Juan, disseram que teria havido intenso confronto com traficantes na comunidade Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, mas peritos não encontraram indícios de troca de tiros na direção onde os PMs estavam posicionados. A perícia de local não detectou vestígio de cápsulas ou qualquer marca de perfuração que provasse que tiros foram disparados na direção dos PMs.
Para concluir que as cápsulas encontradas no beco foram disparadas pelo fuzil usado pelo cabo, o ICCE analisou os dez fuzis calibre 7.62 que estavam com os policiais do 20º BPM no dia 20 de junho, quando Juan foi visto vivo pela última vez.
O subcomandante operacional do 20ºBPM, major Caetano, depôs nesta quinta-feira (14) na Delegacia de Homicídios da Baixada. Os investigadores queriam saber se a operação do dia 20 de junho estava autorizada pelo comando do batalhão. O conteúdo das declarações do oficial não foi revelado.
Segundo o diretor do Departamento de Polícia Técnica da Polícia Civil, delegado Sérgio Henriques, não foi possível determinar a causa da morte de Juan. O laudo do exame cadavérico não apontou sinais de fratura ou perfuração por tiro na ossada da criança.
Juan teria sido baleado no pescoço, de acordo com testemunhas. Apesar de a perícia não conseguir determinar a parte do corpo em que o menino teria sido baleado, o fato de não haver fratura pode indicar que Juan tenha mesmo sido ferido no pescoço, uma vez que se trata de uma região com mais músculos e poucos ossos.

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