quinta-feira, 14 de julho de 2011

Caso Juan: batalhão da PM terá que entregar todos os fuzis


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Juan foi morto em 20 de junho após uma ação da polícia na região. Foto: Jeferson Ribeiro/Futura Press Juan foi morto em 20 de junho após uma ação da polícia em favela de Nova Iguaçu
Foto: Jeferson Ribeiro/Futura Press

A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, pediu a apreensão de todos os fuzis existentes no 20º BPM (Mesquita) para tentar encontrar evidências que possam apontar os responsáveis pela morte do menino Juan Moraes, 11 anos, durante operação policial em junho na favela do Danon, em Nova Iguaçu. Os laudos de balística afirmam que quatro dos cinco cartuchos encontrados no local partiram das armas de policiais do 20º BPM. Entretanto, um cartucho não teria sido identificado.
O corregedor-geral da PM anunciou a abertura de um inquérito para investigar o envolvimento de policiais no crime. Antes, os PMs respondiam apenas a sindicância interna do batalhão. As versões colocam em lados opostos as polícias Civil e Militar. De acordo com a apuração da Civil, militares teriam matado Juan na troca de tiros e ocultado o corpo porque não teriam como justificar o auto de resistência (morte em confronto) de uma criança de 11 anos.
Por outro lado, a investigação da PM indica que Juan teria sido morto por traficantes da favela de Nova Iguaçu. Os PMs teriam surpreendido o suposto traficante Igor de Souza Afonso, 17 anos, e um irmão da vítima dormindo e Igor teria reagido, sendo morto. Irritados com os "subordinados", os traficantes teriam matado Juan como vingança.
Na manhã do crime, os PMs teriam ido à comunidade checar uma denúncia. A reconstituição apontou que, durante a noite, eles voltaram pela parte alta da favela e deixaram a viatura longe do beco, indo a pé. Depois, posicionaram-se à espera de um traficante. A simulação apontou contradições nos depoimentos dos policiais.
Quebras de sigilo autorizadas
O juiz Marcio Alexandre Pacheco da Silva, do 4º Tribunal do Júri de Nova Iguaçu, decretou, a pedido do Ministério Público, a quebra de sigilo dos dados de 12 linhas telefônicas de nove policiais militares suspeitos de envolvimento no caso do assassinato do menino Juan Moraes.
Quatro PMs que estavam na Favela do Danon foram afastados das ruas e estão sendo investigados pelo comandante-geral da corporação, coronel Mário Sérgio Duarte. Outros sete PMs que patrulhavam as ruas no entorno da comunidade também também serão submetidos ao processo.

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