Um contrato assinado entre o procurador do jogador - indicado por Ingrid - e o advogado Robson Pinheiro previa que o pagamento deveria ser realizado até 48 horas depois da libertação do jogador. A mulher chegou a levantar parte dos recursos junto a colegas de Bruno no Flamengo, mas desconfiou quando o advogado a teria pressionado a adiantar o pagamento dos honorários. Ao se recusar a atender o pedido, Ingrid teria passado a receber ameaças de policiais que elogiaram os serviços de Pinheiro e citaram a influência da juíza de Esmeraldas para conseguir a soltura do atleta, apesar de ela não atuar na Vara onde tramita o processo.
O desaparecimento de Eliza Samúdio completou um ano na última semana e desde então pelo menos seis dezenas de habeas corpus foram negados ao jogador pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Poucos dias antes de fazer contato com Ingrid, em outubro do ano passado, Maria José Starling deu entrevistas à TV defendendo a soltura do jogador, durante audiência de depoimento de pessoas envolvidas no caso e que viviam em Esmeraldas, ouvidas por meio de carta precatória. Depois disso Ingrid disse ter sido convidada pela juíza a se hospedar em sua casa, localizada em um bairro nobre da Zona Sul de Belo Horizonte, durante as viagens à capital mineira, convite que teria sido aceito pela jovem.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos, o deputado estadual Durval Ângelo (PT-MG), encaminhou na tarde desta terça-feira ofícios à Corregedoria-Geral de Justiça de Minas Gerais e ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), solicitando o afastamento imediato da magistrada, "em razão das diversas arbitrariedades supostamente cometidas pela mesma". A Corregedoria abrirá uma sindicância preliminar para verificar a denúncia e decidir ou não pela abertura de um processo administrativo contra a juíza. A sessão mineira da OAB informou ter aberto nesta terça-feira procedimento para investigar a conduta do advogado Robson Pinheiro.
O advogado Getúlio Queiroz, que representa a magistrada, classificou as acusações como levianas e argumentou que ela não teria competência funcional para decidir pela soltura de Bruno. Queiroz atribuiu a denúncia a perseguições pessoais por parte do deputado Durval Ângelo, o que o deputado nega.
Por meio de nota, o advogado Robson Pinheiro disse ter trabalhado para Bruno até fevereiro deste ano e chamou de "falsas suposições" os argumentos da noiva de Bruno. Ele garantiu que os serviços prestados obedeceram as normas éticas, legais e contratuais, e argumentou que os honorários teriam sido contratados de comum acordo entre as partes.
No fim do ano passado, o então advogado de defesa de Bruno, Ércio Quaresma, acusou o delegado Edson Moreira, chefe do departamento de Investigações de Minas Gerais, de cobrar R$ 2 milhões para livrar o atleta das investigações sobre o desaparecimento de Eliza.
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