quinta-feira, 16 de junho de 2011

Noiva do ex-goleiro Bruno denuncia juíza que teria cobrado R$ 1,5 milhão para soltá-lo


Ingrid Oliveira, noiva do ex-goleiro Bruno Foto: Reprodução

O Globo
RIO - A noiva do ex-goleiro do Flamengo, Ingrid Calheiros Oliveira, acusou um advogado e uma juíza de Minas Gerais de tentarem extorquí-la para colocar o atleta em liberdade. Em depoimento à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais e à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ingrid disse ter sido procurada em outubro do ano passado pela juíza Maria José Starling, da Comarca de Esmeraldas, na Grande BH, que teria colocado à sua disposição os serviços de seu advogado particular, Robson Martins Pinheiro. De acordo com a denúncia, Robson e a juíza teriam pedido R$ 1,5 milhões para entrarem com um habeas corpus que colocaria Bruno em liberdade.
Um contrato assinado entre o procurador do jogador - indicado por Ingrid - e o advogado Robson Pinheiro previa que o pagamento deveria ser realizado até 48 horas depois da libertação do jogador. A mulher chegou a levantar parte dos recursos junto a colegas de Bruno no Flamengo, mas desconfiou quando o advogado a teria pressionado a adiantar o pagamento dos honorários. Ao se recusar a atender o pedido, Ingrid teria passado a receber ameaças de policiais que elogiaram os serviços de Pinheiro e citaram a influência da juíza de Esmeraldas para conseguir a soltura do atleta, apesar de ela não atuar na Vara onde tramita o processo.
O desaparecimento de Eliza Samúdio completou um ano na última semana e desde então pelo menos seis dezenas de habeas corpus foram negados ao jogador pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Poucos dias antes de fazer contato com Ingrid, em outubro do ano passado, Maria José Starling deu entrevistas à TV defendendo a soltura do jogador, durante audiência de depoimento de pessoas envolvidas no caso e que viviam em Esmeraldas, ouvidas por meio de carta precatória. Depois disso Ingrid disse ter sido convidada pela juíza a se hospedar em sua casa, localizada em um bairro nobre da Zona Sul de Belo Horizonte, durante as viagens à capital mineira, convite que teria sido aceito pela jovem.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos, o deputado estadual Durval Ângelo (PT-MG), encaminhou na tarde desta terça-feira ofícios à Corregedoria-Geral de Justiça de Minas Gerais e ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), solicitando o afastamento imediato da magistrada, "em razão das diversas arbitrariedades supostamente cometidas pela mesma". A Corregedoria abrirá uma sindicância preliminar para verificar a denúncia e decidir ou não pela abertura de um processo administrativo contra a juíza. A sessão mineira da OAB informou ter aberto nesta terça-feira procedimento para investigar a conduta do advogado Robson Pinheiro.
O advogado Getúlio Queiroz, que representa a magistrada, classificou as acusações como levianas e argumentou que ela não teria competência funcional para decidir pela soltura de Bruno. Queiroz atribuiu a denúncia a perseguições pessoais por parte do deputado Durval Ângelo, o que o deputado nega.
Por meio de nota, o advogado Robson Pinheiro disse ter trabalhado para Bruno até fevereiro deste ano e chamou de "falsas suposições" os argumentos da noiva de Bruno. Ele garantiu que os serviços prestados obedeceram as normas éticas, legais e contratuais, e argumentou que os honorários teriam sido contratados de comum acordo entre as partes.
No fim do ano passado, o então advogado de defesa de Bruno, Ércio Quaresma, acusou o delegado Edson Moreira, chefe do departamento de Investigações de Minas Gerais, de cobrar R$ 2 milhões para livrar o atleta das investigações sobre o desaparecimento de Eliza.

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