terça-feira, 21 de junho de 2011

Lei Seca não reduz acidentes, muito menos pune quem a desrespeita


Criada em 19 de junho de 2008, a Lei Seca completou três anos de existência no último fim de semana. Nas rodovias federais que cortam a cidade de Uberaba, o saldo é considerado positivo. No entanto, o baixo efetivo de policiais tem sido uma das principais dificuldades na hora de colocar a fiscalização em prática.
Ainda assim, o inspetor da Polícia Rodoviária Federal de Uberaba, José Willian Guimarães, reforça que os acidentes que envolvem condutores embriagados diminuíram. No caso das rodovias federais, houve queda de 30% de acidentes. Em relação aos sinistros com vítimas fatais, a queda foi ainda mais acentuada, de 50%.
“Pelo que a gente sente no dia-a-dia, a lei trouxe melhorias. As estatísticas demonstram isso. Porém, poderia ter melhorado ainda mais. Isso não ocorreu porque todos os órgãos de fiscalização sofrem com a falta de efetivo”, explica o inspetor, revelando que no trecho Uberaba-Delta da rodovia BR-050, o fluxo de veículos é de 13.500 veículos por dia. “Com essa quantidade de veículos e com o nosso efetivo, a probabilidade de algum motorista embriagado não ser flagrado é muito grande”, completa.
Além disso, o policial reforça que até mesmo dentro da cidade, onde o Pelotão de Trânsito do 4º Batalhão de Polícia Militar atua de forma constante, o efetivo, apesar de todos os esforços, ainda é pequeno. Atualmente, a cidade tem uma frota de 150 mil veículos. “A lei é boa. E tanto nós quanto os outros órgãos continuamos combatendo a embriaguez ao volante”, salienta, lembrando um fato curioso em relação à incidência de acidentes após festas. “Após a implantação da Lei Seca, o número de acidentes após estas festas famosas da cidade diminuiu. Em 2011, por exemplo, nenhum foi registrado. Isso mostra também que o pessoal está precavido. Não posso afirmar que ninguém tenha bebido, mas o cuidado tem sido maior, já que beber e dirigir configura crime”, revela.
Guimarães lembra também que aquele condutor que se negar a fazer o teste do etilômetro – o famoso bafômetro – tem seu veículo retido, sofre multa e tem a carteira recolhida. “Alguém que não tenha ingerido bebida alcoólica não se negaria a realizar o teste”, diz. Por semana, pelo menos uma pessoa é presa por esse motivo nas rodovias federais de Uberaba, enquanto que outras quatro são flagradas com o teor alcoólico um pouco menor. Vale lembrar que para quem estiver com teor alcoólico acima 0,33% decigramas no sangue, é preso em flagrante e perde o direito de dirigir.

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